Saulo muda o Paraná Clube para Rolândia

O Paraná Clube entra amanhã em campo para a primeira partida do “torneio da morte”, que vai definir os dois rebaixados à série A-1 do campeonato paranaense. O jogo, que acontece em Rolândia, às 15h30, é contra o Nacional, considerado uma incógnita pelo técnico Saulo de Freitas. O motivo é simples. A equipe de Rolândia estava na chave norte e, por isso mesmo, não jogou contra o Tricolor na primeira fase. Como os jogos do interior não foram televisionados, as informações sobre o adversário são mínimas.

“Sabemos apenas que Nacional tem um estádio acanhado, que permite uma grande pressão da torcida. Sobre o time, muito pouco”, diz Saulo.

Por isso mesmo, a palavra que vai ditar o ritmo do Tricolor em Rolândia é cautela. “A obrigação de atacar é deles. Vamos sentir o terreno e dependendo das condições, fazer o nosso jogo”. Prevendo dificuldades, especialmente por não contar com um setor ofensivo da mesma qualidade que tinha no campeonato brasileiro do ano passado, mais uma vez o treinador aposta em jogadas de bola parada. “Treinamos bastante durante a semana e, um campo com dimensões pequenas, esse tipo de jogada é uma arma ainda mais perigosa”.

Ouvindo essas declarações de Saulo, fica a impressão de que para ele, jogar contra um time do interior pode ser mais complicado do que enfrentar um adversário de tradição em um campeonato brasileiro. É a pura verdade. “Equipe de interior quando enfrenta time da capital, ainda mais em casa, rende o máximo. Qual o jogador que está no interior que não deseja chamar a atenção? Se atuar bem contra o Paraná, Atlético ou Coritiba, a boa atuação pode render um bom contrato”, acredita o treinador.

Com esse pensamento, Saulo fez questão de conversar bastante com os jogadores sobre o cuidado integral que o time terá que ter diante do Nacional e da necessidade de construir bons resultados logo no início do torneio. O intuito é não deixar que a pressão da primeira fase, quando o time ficou cinco jogos sem vencer, mais uma vez atrapalhe o desempenho dos atletas. “Sob pressão, tudo fica mais complicado. Temos que fazer a nossa parte, vencer nossos jogos em casa e mais um fora. Com a equipe na evolução em que está, temos plenas condições de passarmos bem nessa fase”.

O termo fase não é usado por acaso. Saulo de Freitas tenta evitar falar em torneio da morte e garante que já passou a mensagem a seus comandados. “Para nós, é a segunda fase da competição, que pode não valer título, mas tem um objetivo a ser alcançado: evitar o rebaixamento”.

Pra variar, time vai ter mais alterações

O Paraná Clube enfrenta o Nacional, em Rolândia, amanhã, às 15h30, com algumas alterações. As mudanças efetuadas pelo técnico Saulo de Freitas começam na zaga. Por questões técnicas, o volante João Vítor vai jogar improvisado na zaga, na vaga que vinha sendo ocupada, há duas rodadas, por Juliano. O titular da posição, Gelson Baresi, continua no departamento médico.

“O João Vítor tem mais facilidade de cair pela esquerda. Por isso, a alteração”, disse Saulo, que não pôde contar com João Vítor na rodada anterior, pois o atleta cumpria suspensão pelo terceiro amarelo.

Na lateral-direita, a mudança é forçada. O titular Eto não se recuperou de dores musculares nos adutores e fica de fora. A opção, desta vez, recai sobre Erivélton, que é da posição. Em outras oportunidades, Saulo improvisou o volante Wiliam, mas optou por dar uma nova chance ao prata-da-casa.

No setor ofensivo, a novidade é o retorno de Éverton à equipe, após o cumprimento de suspensão. Ele entra na vaga de Athos, expulso no jogo contra o Prudentópolis. Mas diferente do que vinha ocorrendo, deve jogar no meio. “Na verdade, com o Fábio como referência na área, ele vai jogar revezando com o Alex nas subidas ao ataque”.

Éverton, que vem sendo criticado jogando no ataque, acredita que, com mais liberdade para armar, voltará a render o futebol que fez dele um dos destaques do time no Brasileirão do ano passado. “Prefiro jogar de frente para a defesa adversária. Mas a gente tem que se adaptar às necessidades. Espero que nessa partida possa voltar a jogar tudo o que sei”, diz. Sobre as críticas que vem recebendo, principalmente após a expulsão na partida contra o Rio Branco, ele é enfático. “A gente acaba rendendo mais quando é cobrado. E ser cobrado é uma prova de confiança no meu potencial”, acredita.

Outro jogador que pode ter nessa partida uma nova oportunidade de mostrar o próprio valor é o lateral-direito Erivélton. Nas primeiras partidas do campeonato, ele chegou a entrar no decorrer dos jogos substituindo o já dispensado Alcir. No clássico contra o Atlético, começou como titular. Mas com a chegada de Eto, viu suas chances de se firmar irem embora. “Estou encarando essa partida com toda a seriedade que posso. Jogador que está no banco tem sempre que estar pronto para brigar por uma vaga de titular. Comigo não é diferente”. O lateral sabe que uma boa atuação na partida de domingo pode, ao menos, garantir sua permanência no grupo. “Vou provar que tenho condições”, conclui.

Clube poderá tentar um recurso

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, Bôrtolo Escorsim, voltou a público ontem à tarde para reiterar a decisão tomada na tarde da última quinta-feira, quando indeferiu o pedido de impugnação da partida entre Prudentóplis e Francisco Beltrão, feito pelo Paraná Clube. Após o anúncio da decisão, o departamento jurídico do Tricolor criticou a decisão e admitiu que vai entrar com novo recurso e pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Por ora, entretanto, Escorsim diz desconhecer o novo recurso. “Eles até podem entrar, mas a questão é que o primeiro pedido já foi feito fora do prazo”, diz Escorsim. Com base no artigo 85 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o Paraná teria que ter entrado com o recurso até dois dias depois da entrega da súmula da partida. “O Paraná perdeu o prazo e não há o que fazer. Mas isso, entretanto, não quer dizer que o Beltrão não possa ser punido se houver uma comprovação efetiva de que o atleta Alex está em condição irregular. O que não dá é para esperar até o ano que vem para que se reúnam as provas”, diz.

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