Saulo ainda mantém mistério

Se valer do mistério, jogar o favoritismo no campo adversário e promover uma estréia. Essas são as armas do Paraná Clube para tentar bater o líder do campeonato, o Atlético, amanhã, na Arena da Baixada. Além de lutar para sair da situação calamitosa em que se encontra – o time é vice-lanterna da competição e ainda não venceu – o Tricolor entra em campo jogando contra um tabu: nunca ter vencido o Atlético na nova Baixada. Apesar deste aspecto negativo, as duas equipes estão empatadas no retrospecto, com 16 vitórias para cada lado e 23 empates. O Atlético está em vantagem nos gols marcados, seis a mais que o Tricolor.

Mas o técnico Saulo garante não se preocupar com esses fatores extracampo. Os únicos números que o preocupam são os da campanha do Atlético, que tem o ataque mais positivo e a defesa menos vazada da competição.

“A campanha do Atlético é que nos preocupa. Não acredito nessa história de tabu. Se o Paraná jogar bem, temos como vencer. É missão difícil, mas não impossível”, acredita o treinador.

Para a batalha contra o Rubro-negro, o treinador ganhou o reforço do meia Athos, que estava em período de testes e assinou contrato. Em contrapartida, não poderá contar com a estréia do atacante Fábio, grande esperança de gols da equipe. O jogador, que tinha seus direitos federativos ligados ao Mariscal Braw, da Bolívia, não conseguiu ser registrado a tempo, segundo informou o funcionário da Federação Paranaense de Futebol, Ruy de Barros.

A estréia de Athos na quinta rodada e a provável estréia de Fábio apenas na sexta, somadas às dispensas de quatro atletas no início da semana, deixam clara a falta de planejamento da diretoria. “Sabemos das nossas limitações. O Paraná está em desvantagem porque tem uma equipe em formação. Em outubro indiquei alguns atletas e pedi para a base ser mantida. Mas infelizmente, por questões financeiras, a diretoria não conseguiu fazer isso”, lamenta Saulo, que agora quebra a cabeça para tentar impedir o barco de afundar. “A situação está complicada, mas vamos lutar até o fim.”

Soluções

O treinador paranista só vai definir a equipe que enfrenta o Atlético minutos antes da partida. Sem poder contar com o atacante Fábio, Vandinho fará dupla de ataque com Éverton, independente do esquema tático que o treinador adote.

Se escolher o 4-4-2, o time entra em campo com Flávio; Erivélton, Fernando Lombardi, Gélson Baresi e Anderson; Éverton César, João Vítor, Wiliam e Athos; Éverton e Vandinho. Se a opção for o 3-5-2, Juliano entra na zaga, que terá Baresi de líbero. Erivélton deixa o time e Athos será deslocado para a ala-direita.

Menores decidem em Rolândia

O Paraná Clube encerra hoje a participação na 3.ª Copa Sul-Americana de futebol, que está sendo disputada na cidade Rolândia desde o dia 1.º. A competição reúne quarenta equipes nas categorias juvenil, infantil e pré-infantil de Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Do Brasil, estão participando equipes de Minas Gerais – o Cruzeiro é uma delas – de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás e da Bahia. Representando o Paraná estão o Paraná Clube, o Matsubara, o Londrina, o Rolândia e Arapongas.

Na categoria infantil, o Paraná acabou eliminado pelo Londrina, ao perder por 3 a 2. Mas no juvenil, o time entra em campo hoje para jogar a semifinal do torneio contra o Rolândia, às 15h, no estádio de Rolândia. Nessa categoria, a equipe tricolor marcou 11 gols em seis jogos e não sofreu nenhum.

Athos estréia protegido pela história e por Deus

Na história de “Os três mosqueteiros”, do escritor Alexandre Dumas, Athos é um destemido manejador de espadas, que junto com seus parceiros Aramis, Porthos e Dartagnan vence todas as batalhas que surgem pela frente.

Na guerra do campeonato paranaense, o Paraná Clube ainda não venceu nenhuma batalha e foi buscar no meia Athos, contratado essa semana, a esperança de sair do buraco e bater o todo-poderoso Atlético, em pleno território inimigo.

Apesar do nome idêntico ao do personagem de Dumas, o Athos tricolor diz que seus pais não se inspiraram na literatura francesa para batizá-lo – mas garante que briga tanto quanto o “xará” famoso. “Eles são evangélicos e têm a ver com a Bíblia”, diz o jogador, que também se converteu à essa religião há um ano e meio.

Aliás, foi por causa de sua fé que ele estréia amanhã no clássico, com a função de lutar muito para ajudar o Tricolor a conseguir a primeira vitória no campeonato. Antes de assinar contrato, o jogador teve que passar por um período de testes. “Nunca havia sido testado antes de assinar contrato. Isso é curioso em um time profissional”. Mesmo considerando a situação curiosa, Athos decidiu permanecer na Vila Capanema, confiante de que assinaria contrato. “Deus conversou comigo e garantiu que eu iria jogar no Paraná. Por isso fiquei e o que ele disse acabou se confirmando”, diz, numa declaração que soa estranha para os céticos.

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