Uma noite para fazer história. O Santos entra em campo hoje para retomar em definitivo o caminho dos grandes títulos. O campeão brasileiro enfrenta às 21h45 o Independiente de Medellín, no Estádio Atanasio Girardot, na Colômbia.
Se empatar ou vencer, o time paulista volta a decidir a Taça Libertadores da América após quarenta anos.
É tanta mobilização que, mesmo tentando encarar normalmente o campeonato brasileiro, o técnico Emerson Leão não resistiu e poupou Diego e Robinho no jogo de domingo contra o São Caetano (ambos foram substituídos antes do time do ABC fazer o gol da vitória por 1×0). O treinador sequer se preocupa com a pressão de ser “o Brasil” na Libertadores. E sempre ficou evidente que o Santos sentiu a falta desse apoio nas vacas magras, quando perdeu muita da simpatia (e do ódio proporcional) que adquirira nos tempos de Pelé. Vencer a Libertadores (decidindo-a contra Boca Juniors e América de Cáli, que se enfrentam amanhã) significa um reencontro com a própria alma santista, que persegue incessantemente os sucessos dos anos 50 e 60.
Isso faz com que Diego seja comparado a Mengálvio, que Paulo Almeida seja o “novo” Zito, que Renato reviva Clodoaldo. E que, acima de tudo, esperem que Robinho seja a encarnação de Pelé. Tal pressão parece não afetar a maioria dos jogadores, mas o atacante demonstrou que não soube administrar a expectativa voltada a ele. “O Robinho precisa de carinho, e de um braço forte a apoiá-lo”, explica Leão.
Esse é um dos principais trabalhos do treinador para a partida desta noite. Em um jogo de imposição física, com a pressão do Independiente, a saída em contra-ataques será fundamental. E Robinho é o elemento-chave da velocidade santista, mesmo que seja marcado individualmente – como será, pelo colombiano Perea, que anulou o gremista Luís Mário nas quartas-de-final.
Robinho também deverá ser o único atacante da equipe, já que dificilmente Ricardo Oliveira jogará esta noite. Antes de viajar a Medellín, o centroavante tentou treinar e sentiu o joelho direito. Apesar da lesão, ele viajou, e Leão faz mistério quanto à escalação do jogador. Nas entrelinhas, o técnico deixa aberta a possibilidade da manutenção de Fabiano Costa no ataque. “Ele está nos ajudando muito, fechando o setor e melhorando nosso rendimento nas bolas aéreas”, elogia.
Seja com quem for (Leão não descarta a entrada de Douglas ou Nenê), o Santos será ofensivo – ao menos é o que promete o treinador. “Nós não mudaremos a nossa característica. Seremos ousados, porque foi assim que conquistamos títulos”, afirma. É o que os amantes do futebol estão esperando.
Independiente tenta reverter
O técnico do Independiente de Medellin, Victor Luna, está otimista para a partida de hoje contra o Santos. Para o treinador, o placar de 1 a 0 registrado na Vila Belmiro e que dá a vantagem do empate para a equipe brasileira “é perfeita. Para a partida de hoje, Luna deverá ter a mesma equipe que eliminou o Grêmio nas quartas-de-final. O zagueiro panamenho Felipe Baloy está confirmado na equipe, assim como o volante de armação Alex Jaramillo. Os dois reclamavam de contusão, mas se recuperaram e estão confirmados.
A equipe deverá jogar com González; Calle, Baloy e Perea; Vásquez Chacón, Roberto Carlos, Restrepo e Jaramillo; Moreno, Molina e Montoya.