São Paulo – A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) poderá cassar a vitória de Michael Schumacher no GP da Áustria, disputado no dia 12 de maio, prova que já entrou para a história por causa de uma das maiores marmeladas já vistas na Fórmula 1. A informação foi publicada ontem pelo “Bild”, um dos jornais alemães de maior circulação, e pela revista “Auto Motor und Sport”.
De acordo com a imprensa do país, a decisão será anunciada na reunião do Conselho Mundial da entidade, marcado para o próximo dia 26 em Paris. A FIA, para mostrar sua reprovação à ordem de equipe da Ferrari, iria considerar, para efeito de classificação final do GP austríaco, a penúltima volta da corrida, declarando, assim, Rubens Barrichello como seu vencedor.
Fontes internas da FIA são citadas nas reportagens, que se juntam às outras publicadas nos dias seguintes à marmelada a ordem da Ferrari para que Barrichello, que liderou a prova inteira, deixasse Schumacher ganhar, alegando defesa dos interesses do time quanto à disputa do título mundial de pilotos.
Desde o “domingo da vergonha”, como ficou conhecido o episódio junto aos meios especializados na Europa, especulou-se em várias direções quanto às possíveis punições que o time italiano poderia receber: a Ferrari perderia os pontos no Mundial de Construtores, mas os pilotos não; Schumacher seria suspenso por três corridas, por quebrar o protocolo do pódio ao colocar Barrichello no degrau mais alto; todos, time e pilotos, perderiam os pontos, por irregularidades no pódio e desrespeito ao artigo 151C do regulamento esportivo, que trata de jogo de equipe.
Se confirmada a vitória para Barrichello, o brasileiro somaria mais quatro pontos no Mundial, subindo de 16 para 20 pontos, mas mantendo a quinta colocação no campeonato. Schumacher, por sua vez, perderia quatro, caindo de 70 para 66, mantendo sua folgada liderança sobre Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya, que têm 27 pontos cada. A diferença, que hoje é de 43 pontos para o ferrarista, passaria a ser de 39.