Ronaldinho ignora reação do Real Madrid

É verdade que o público em Hong Kong não está dando atenção à seleção brasileira. Um jogador, porém, foge um pouco à regra. Ronaldinho Gaúcho, de longe o mais assediado da equipe, roubou a cena no treino desta terça-feira. Todas as câmeras ficaram voltadas para sua direção. No momento da entrevista, provocou uma pequena confusão entre os repórteres à beira do gramado. Os poucos torcedores que compareceram ao hotel em que a delegação está hospedada queriam de qualquer jeito o autógrafo do craque. Podiam pegar o de Roberto Carlos, Juninho Pernambucano, Cafu. Mas sem o de Ronaldinho, nada interessava.

Eleito o melhor do mundo em 2004 em eleição da Fifa, o atacante ganhou ainda mais destaque nesta semana na Ásia por causa da ausência de Ronaldo. E, com seu característico jeito alegre, procura retribuir o carinho. Sempre que perguntado sobre a motivação de enfrentar um adversário tão fraco, como Hong Kong, usa a diplomacia para responder.

"É importante, para nós, poder reunir o grupo, buscar o entrosamento…" E, assim, cativa ainda mais os fãs, tornando-se um dos atletas mais queridos do mundo. Só mudou um pouco o tom ameno no momento em que foi indagado por um repórter espanhol sobre a reação do Real Madrid no Campeonato Espanhol – a diferença entre o líder Barcelona e o rival da capital espanhola caiu para 4 pontos na última rodada. Foi direto e franco quando o jornalista lhe questionou se não estava preocupado com a situação. "Ué, o Barcelona está 4 pontos à frente, não atrás."

Apesar de seu talento indiscutível e da importância para o Barcelona, Ronaldinho vem provocando debates na Espanha. Muita gente diz que seu rendimento caiu demais neste início de 2005. A revista Don Balon em sua penúltima edição, traz o craque na capa. Com a seguinte pergunta: "O gênio vai voltar?"

O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, não mostra, contudo, nenhuma preocupação. Acha que Ronaldinho continua sendo o mesmo. E os próprios espanhóis que buscam motivos para questioná-lo acreditam que uma eventual queda de produção não é nada além de uma fase passageira.

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