| Orlando Kissner |
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| Furacão foi envolvido pelo Rio Branco, que, de virada, venceu por 3 a 2. |
Paranaguá – O projeto do Atlético para 2006 é se internacionalizar, com a contratação de Lothar Matthäus e tudo, mas antes disso precisa encarar as agruras do Campeonato Paranaense. E põe agruras nisso. Ontem foi assim. Mesmo jogando razoavelmente bem e enfrentando o calor e gramado ruim da Estradinha, bem diferente da moderna Kyocera Arena, o Rubro-Negro não suportou a pressão do Caldeirão do Litoral e perdeu para o Rio Branco por 3 a 2. Com isso, o Leão assumiu a liderança do grupo A com seis pontos.
Com o estádio completamente lotado e com uma temperatura beirando os 40 graus, jogar futebol não era tarefa das mais fáceis. Mesmo assim, quem foi ao campo viu um ótimo jogo. Lá e cá. Nos dois tempos. O Atlético sabia disso, treinou com o sol na cabeça e com a grama ruim. Mas, o ímpeto do alvirrubro acabou fazendo a diferença para o Leão sair com a vitória.
Logo que a bola rolou, Cleir já obrigou Tiago Cardoso a fazer uma grande defesa. E não foi só essa que o arqueiro atleticano precisou fazer. Negreiros também tentou, antes que o Rubro-Negro se acertasse em campo. O Atlético foi para cima com Pezzolano e Michel Bastos. Até Cristian levantar uma bola na área. Cléo e Amaral disputaram e o uruguaio aproveitou o rebote para fuzilar e abrir o placar. Poderia ser mais, mas as chances não foram aproveitadas e o Rio Branco empatou.
Numa cobrança de escanteio, Rodrigo disputou com Pezzolano e mandou a bola para a rede. Com o empate, o Furacão foi para cima e pressionou o goleiro Vilson. Não conseguiu desempatar e quem se deu bem foi o Leão. Logo na primeira jogada do segundo tempo, Ratinho cobrou escanteio para Rodrigo, que se antecipou à zaga e mandou para a rede. O Atlético sentiu a virada e quase levou mais. Até um chute despretencioso de Amaral quase entrou, até o time comandado por Vinícius Eutrópio reagir.
O treinador interino do Rubro-Negro colocou a equipe mais à frente e conseguiu a igualdade. Num lance muito discutido pelos jogadores do Rio Branco, é claro, mas Alan Bahia não quis nem saber e aproveitou um rebote da zaga para deixar tudo igual. O empate parecia ser o resultado mais justo para a partida, mas o esperto Baiano recebeu uma bola na frente, aproveitou a desatenção da defesa e mandou no canto, para fechar o placar.
?Atlético não é imbatível?
Paranaguá – ?Nós não somos imbatíveis?. As palavras do técnico Vinícius Eutrópio resumem o que foi a partida de ontem na Estradinha. Mesmo tendo uma estrutura incomparavelmente maior que o Rio Branco, quando a bola rolou, as coisas ficaram iguais, na avaliação do treinador interino. Para ele, o forte calor e o gramado bem diferente do tapete da Kyocera Arena prejudicaram um melhor desempenho do Atlético, mas não foram determinantes para a derrota para o Rio Branco por 3 a 2.
?Todos querem ganhar do Atlético. Eu falei na minha palestra de hoje, até. O que a gente prega, e eu disse, é que a primeira atitude que a gente tem que ter é respeito ao adversário?, destacou Vinícius. Segundo ele, isso não faltou ao time. ?Tanto é que nós fomos muito bem. Se não tivesse respeito, não teria marcação forte e organização no meio-de-campo e essa entrega que eles tiveram nos 90 minutos?, apontou.
Para ele, a derrota não foi motivada pelo forte calor. ?Eu acredito que nós tenhamos suportado mais do que eu esperava. A gente passou um material na palestra de superação com o calor e eles tiraram isso de letra?, revelou. Assim, o treinador aponta a derrota mais como fruto do bom desempenho do Rio Branco do que falhas de sua equipe. ?A gente havia treinado o setor defensivo, mas paciência, mérito do atacante (na verdade foi o lateral-direito Baiano que fez o gol) e do zagueiro que fizeram os gols, mas nós tivemos muito mais méritos que defeitos?, finalizou Vinícius.
Trabalhos
O elenco atleticano se reapresenta hoje pela manhã no CT do Caju para o reinício dos treinamentos. No período da tarde, os titulares fazem um trabalho regenerativo numa academia do Batel, enquanto os reservas e demais atletas participam de um jogo-treino contra o Marcílio Dias, no centro de treinamentos.
Marcão vai pro Japão
Paranaguá – Não será a terra do vinho o destino do lateral-esquerdo Marcão. As negociações com o Bordeaux, da França, não deram certo e o ex-capitão do Atlético vai mesmo para o Kawasaki Frontale. O acerto com os japoneses já estava feito e a assinatura só dependia do desenrolar das conversas com os franceses. Como o time comandado por Ricardo Gomes não bateu o martelo, o jogador segue então o rumo da Ásia.
No time japonês, Marcão ficará emprestado por um período de um ano, com opção de compra dos direitos federativos. Antes deste acerto, o lateral teve propostas para atuar no Grêmio e no Fluminense. O time carioca chegou a dar como certa a contratação, mas a diretoria rubro-negra considerou irrisória a proposta e preferiu liberar o atleta somente para o exterior.
Considerado o rei da raça por sua disposição, Marcão atuou como zagueiro e lateral e foi o capitão do time. Com a camisa rubro-negra, ele atuou mais de cem vezes e marcou sete gols. A sua saída já estava programada desde as voltas de Ivan, do Shakhtar Donetsk, e Michel Bastos, do Figueirense.
CAMPEONATO PARANAENSE
2.ª Rodada 1.ª Fase
Local: Estradinha (Paranaguá)
Árbitro: Cleivaldo Bernardo
Assistentes: Faustino Vicente Lopes e Cristiano Nunes Duarte
Gol: Pezzolano aos 25 e Rodrigo aos 43 do 1.º tempo; Rodrigo a 1, Alan Bahia aos 32 e Baiano aos 40 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Cléverson, Paulo André, Fábio Garcia
Renda: R$ 41.644,00
Público pagante: 4.435
Público total: 5.277
Rio Branco 3 x 2 Atlético
Rio Branco
Vilson; Baiano, Amaral, Rodrigo e Cleomir (Fernando); Gian, Márcio (Erminho), Fábio Garcia e Doriva; Ratinho e Negreiros (Cleir). Técnico: Itamar Bernardes
Atlético
Tiago Cardoso; Jancarlos, Danilo, Paulo André e Michel Bastos; Alan Bahia, Cristian (David), Rodriguinho e Cléverson (Jônatas); Pezzolano e Cléo. Técnico: Vinícius Eutrópio