Ricardo Mello fica retido na alfândega por cinco horas

Após ser eliminado na última rodada do qualifying para o US Open, em Nova York, o tenista Ricardo Mello teve que esperar por cinco horas nesta terça-feira para conseguir sua liberação na chegada a São Paulo. O número 5 do Brasil ficou retido na alfândega do Aeroporto de Cumbica porque trazia produtos cedidos pelo seu patrocinador, a Babolat, fabricante de material esportivo.

Como a Receita Federal alegou que o material ultrapassava a cota para produtos trazidos dos Estados Unidos, de US$ 500, Mello só foi liberado após pagar a quantia de R$ 2.260, referente ao tributo por ter excedido o limite do imposto de importação e mais a multa por não declarar os produtos, que incluíam raquetes, cordas, acessórios, tênis e uniforme.

“Eles me disseram que eu havia excedido o limite permitido do imposto de importação e não havia declarado o material. Mostrei meu contrato internacional com a Babolat, a chave do qualifying do US Open com o meu nome, mas nada adiantou”, disse Mello. “É um absurdo, é meu material de trabalho. A gente representa o Brasil por esse mundo afora e não tem reconhecimento nenhum. Além de ser um grande constrangimento.”

Os problemas com a Receita Federal, porém, não são uma novidade para o tenista de 28 anos. Em 2004, Mello foi retido na alfândega logo após conseguir o seu maior feito na carreira, a conquista do Torneio de Delray Beach, o seu único título de nível ATP – o tênis brasileiro só voltou a ganhar uma competição deste porte no início de agosto, quando Thomaz Bellucci venceu em Gstaad, na Suíça.

Pelo US Open, o número 187 do mundo fazia boa campanha até a terceira rodada. Depois de passar pelo francês Adrian Mannarino e pelo russo Alexandre Kudryavtsev com vitórias por 2 sets a 0, ele caiu para o turco Marsel Ilhan no último sábado, perdendo por 2 a 0, com parciais de 6/4 e 6/2. Agora, Mello segue para Campinas, onde se prepara para as disputas dos Challengers de Cali e Bogotá, ambos na Colômbia.