Rexona continua até 2010 no Paraná

São Paulo – Discutir a importância do esporte educacional no Brasil. Foi este tema que levou centenas de pesquisadores, esportistas, educadores, jornalistas e empresários ao auditório da Câmara Americana de Comércio em São Paulo.

O seminário A Função Social do Esporte, realizado pelo Instituto Esporte Educação (da ex-jogadora Ana Moser) e pela Unilever, analisou projetos de sucesso no País e no exterior e festejou os dez anos do projeto Rexona-Ades, que tem sua base no Paraná, onde ficará pelo menos até 2010.

A confirmação veio da gerente de marketing da Unilever, Roberta Sant?Anna. ?Nós renovamos até 2010 para coincidir com o período eleitoral?, explicou, admitindo o fato de o projeto ter sofrido forte influência da conjuntura política paranaense nos últimos anos. O Centro Rexona-Ades foi um dos casos (talvez o principal) discutidos ontem em São Paulo e os responsáveis pelo projeto apresentaram dados que confirmam o êxito do plano no Estado. Hoje, são mais de dezessete mil jovens entre 11 e 14 anos nos 23 núcleos. ?Nós decidimos nos aproximar dos núcleos de educação e dos centros da Paraná Esporte?, conta Dora Castanheira, coordenadora do centro.

Mas a base do encontro foi a necessidade de criação de uma política pública de desenvolvimento do esporte. O exemplo dado foi o da Inglaterra, onde a junção de apoio governamental, dinheiro de grandes empresas e a ajuda de atletas olímpicos permitiu uma revolução no esporte educacional. ?Nós conseguimos fazer isso na Inglaterra usando os mesmos técnicos, mesmo com sete ministros do Esporte em dez anos. É só mudar as palavras e fazer com que eles achem que a idéia é deles?, comentou Andrew Martin, diretor do Youth Sports Trust.

Para Ana Moser, ?executiva? do Instituto Esporte Educação, é importante que os que se interessem pelas iniciativas fujam dos chavões. ?Nós não podemos ficar levando para o público a idéia de que o esporte tira a criança da pobreza e leva para o sucesso. O que pretendemos fazer é levar o máximo de pessoas para o mínimo da normalidade?, explicou.

O filósofo português Manuel Sérgio, principal nome do evento, festejou a possibilidade de discutir o esporte educativo. ?Só o Brasil poderia fazer este tipo de coisa. Na Europa, as pessoas se preocupam com a competição, o dinheiro, com os atletas que dão espetáculo e depois conseguem trinta orgasmos. Para mim, o esporte é transcender as próprias possibilidades e fazer com que outras pessoas possam também transcender. E isso é mais possível através da educação?, finalizou.

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