A volta da cerveja para os estádios de futebol, que no mês passado tinha ficado tão perto de acontecer, agora é quase impossível. O projeto de lei que autoriza o consumo e a comercialização da bebida alcoólica nos estádios, de autoria do vereador Pier Petruzziello (PTB) foi aprovada em primeiro turno pela Câmara Municipal no dia 25 de agosto. Porém, este resultado desencadeou uma verdadeira onda de manifestações contrárias.
A começar dentro da própria bancada dos vereadores. A votação foi um tanto quanto apertada, com 19 votos a favr e 11 contra. Além disso, a polícia também se manifestou totalmente contrária à possível lei. No dia seguinte à votação, o major Alex Breunig, da Polícia Militar, declarou que se a violência nos jogos aumentasse após a liberação da cerveja, a culpa seria dos vereadores.
A afirmação não caiu bem e a PM pediu desculpas, mas reforçou que era contra, justamente por conta da violência. Sem contar que o caso gerou outra polêmica, com a polícia ressaltando que a segurança nos estádios deveria ser feita por seguranças particulares, e não tirando policiais das ruas para cuidar de eventos particulares.
Mais contras
Se já não bastasse isso, o Ministério Público e a Polícia Civil também se manisfestaram contra o projeto de lei. Sem contar que na última quarta-feira, o arcebispo de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo, enviou uma carta para a Câmara Municipal pedindo para que o projeto seja revisto. “O futebol é um esporte apaixonante; de muitas emoções e disputas. A bebida alcoólica, ainda que em módica dosagem, estimula muitos confrontos. E desfigura a dimensão esportiva de qualquer jogo”, afirmou o arcebispo.
O segundo turno da votação está previsto para a semana que vem, mas diante de tantos fatores contrários e também da mudança de opinião de alguns vereadores – que no primeiro turno votaram a favor mas agora já declararam que são contra -, os que propuseram a lei já admitem a derrota.