Reservas do Atlético não seguram os gaúchos do Grêmio

Jogando com o time reserva, o Atlético não conseguiu segurar o Grêmio, ontem na Baixada, e foi derrotado por 3 a 2. Os suplentes do Furacão fizeram um jogo equilibrado com o tricolor, mas não resistiram à qualidade do time gaúcho, que praticamente assegurou uma vaga na Libertadores 2007.

A derrota não muda muita coisa para o Rubro-Negro, que continua na 13.ª posição e luta por uma vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem. Com 46 pontos, o Atlético é o último clube que estaria classificado para o torneio internacional.

Poupando os titulares para o duelo da próxima quarta-feira, com o Pachuca, do México, pelas semifinais da Sul-Americana, o técnico Vadão colocou em campo uma equipe bastante ofensiva. Com três atacantes, o Furacão partiu para cima do Grêmio, dando espaço para os contra-ataques gaúchos.

Mas foram as falhas da defesa atleticana que levaram os gaúchos à vitória. Logo aos quatro minutos, Rômulo passou por Gustavo e bateu forte, marcando um belo gol.

O Furacão chegou ao empate após um cruzamento perfeito de Dagoberto, que colocou a bola na cabeça de Marcelo Silva. O próprio Marcelo ainda desperdiçou a chance da virada, no último lance do primeiro tempo.

A segunda etapa começou com o Atlético no ataque, fazendo o goleiro Galatto trabalhar após uma bela jogada de William. Mas foi o tricolor gaúcho que voltou a balançar as redes. Hugo cruzou da esquerda e Maidana subiu sozinho para cabecear, sem chances para Cléber, o único titular do Furacão em campo.

O Rubro-Negro não se abalou e voltou a igualar o placar em um lance polêmico. Após cruzamento na área, César dividiu com Tcheco e caiu na área. O árbitro Álvaro Azeredo Quelhas nada marcou, mas o bandeira Helbert Costa Andrade chamou para si a responsabilidade e assinalou pênalti. Dagoberto bateu bem e marcou o segundo do Furacão.

Porém, a zaga atleticana falhou mais uma vez. Alessandro levantou a bola na área, Gustavo não conseguiu cortar e Ramón marcou mais um gol de cabeça.

O Atlético teve tudo para buscar mais um empate, mas o árbitro não marcou pênaltis sobre Dagoberto e Pedro Oldoni, assegurando a vitória do Grêmio.

Jogadores sentiram a falta de ritmo

A falta de ritmo de jogo foi apontada pelos jogadores como a principal dificuldade enfrentada ontem pelo Atlético. ?A gente demonstrou garra, vontade não faltou, mas o ritmo é importante. Quem jogou vinha entrando no segundo tempo, ou voltando ao time depois de muito tempo. Mesmo assim, lutamos de igual para igual?, destacou William.

O técnico Vadão ficou satisfeito com o rendimento dos reservas do Furacão. ?Mesmo com o time totalmente modificado, fizemos uma partida muito boa. Ninguém gosta de perder, mas os jogadores mostraram muita aplicação e fizeram um jogo igual contra o Grêmio?, analisou.

Para Paulo Rink, a derrota não vai prejudicar muito o Rubro-Negro. ?A gente sabia que contra o Grêmio não iríamos render tudo o que podíamos, até porque esse

time nunca jogou junto. Já queimamos a nossa gordura no Campeonato Brasileiro e agora temos que conseguir o título da Copa Sul-Americana?, ressaltou o atacante, convocando a torcida para incendiar a Baixada na quarta-feira, contra o Pachuca, do México.

Dago volta em grande estilo

Em 75 minutos, a torcida do Atlético percebeu o quanto a disputa entre Dagoberto e a diretoria do Furacão foi prejudicial para o clube e o futebol brasileiro. Ontem, contra o Grêmio, o atacante voltou a jogar depois de três meses e mostrou por que é considerado um dos melhores jogadores em atividade no Brasil.

O toque de bola refinado, os dribles desconcertantes e a qualidade nos chutes e lançamentos fizeram os atleticanos lembrarem que possuem uma jóia rara em seu elenco. A galera, que ficou na bronca com Dago após a polêmica batalha judicial com o clube, precisou de apenas alguns instantes para esquecer a mágoa.

Partindo pra cima da zaga gaúcha ou cobrando faltas e escanteios, Dagoberto era o responsável pelas melhores oportunidades de gol do Atlético. Foi seu o cruzamento perfeito para a cabeçada de Marcelo Silva que marcou o primeiro gol rubro-negro. Antes, já tinha quase marcado um gol olímpico, dando trabalho para o goleiro Galatto.

No segundo tempo, ele levantou a galera com um lance incrível. Após colocar a bola no meio das pernas de Jeovânio e Lucas, Dago mandou uma bomba de fora da área, que o goleiro gremista espalmou.

O gol de pênalti coroou a volta do atacante. Após bater com categoria, deslocando Galatto, ele correu para a galera beijando o escudo rubro-negro. ?Eu sempre honrei essa camisa e dei minha vida quando entrei em campo. Vai ser sempre assim. Eu aprendi a amar esse clube e tenho um carinho muito grande com a torcida. Tive um problema com a diretoria, eles ganharam e agora eu só quero jogar?, declarou Dago, que voltou a marcar um gol na Baixada após dois anos.

Mas o retorno do ídolo rubro-negro deve ser breve.

O Atlético estaria negociando sua transferência para o São Paulo. O tricolor paulista estaria disposto a dar os atacantes Thiago e Alex Dias, além de R$ 6 milhões, para ficar com Dagoberto.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2006
25.ª rodada
Gols:
Rômulo, aos 4?, e Marcelo Silva, aos 27? do 1.º tempo; Maidana, aos 6?, Dagoberto, aos 28?, e Ramón, aos 37? do 2.º tempo.
Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas (MG)
Assistentes: Helberth Costa Andrade e Guilherme Dias Camilo (MG)
Cartão amarelo: Lucas (Grêmio)
Local: Kyocera Arena, em Curitiba (PR)
Público: 9.893 (8.319 pagantes)
Renda: R$ 149.432,50

ATLÉTICO 2 x 3 GRÊMIO

Atlético
Cléber; Evanilson, Gustavo, César e Ivan; Marcelo Silva, Válber (Chico) e William; Dagoberto (Herrera), Paulo Rink (Evandro) e Pedro Oldoni. Técnico: Vadão.

Grêmio
­Galatto, Patrício, Maidana, Pereira e Bruno Telles; Jeovânio, Lucas, Alessandro, Hugo (Ramon) e Tcheco (Sandro); Rômulo (Herrera). Técnico: Mano Menezes.

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