Professor Miranda dedica título à família

Um título depois de incômodo jejum e a volta pra casa. Feitos que colocam o professor José Carlos de Miranda em local de destaque na galeria de dirigentes do Paraná Clube. Com humildade, marca registrada de sua gestão, ele não se deixa levar pelo entusiasmo da torcida. Nas suas próprias palavras, diz que ?a glória é efêmera?. Mas não esconde o orgulho pelos objetivos alcançados e que representam a redenção para a nação tricolor.

Paraná-Online: O que levou o Paraná a esse título. E o que ele representa para o presidente?
Miranda: Mesmo agnóstico, acredito no ditado: ?Deus ajuda quem cedo madruga?. Esse título é um prêmio ao nosso trabalho, do mais humilde funcionário à diretoria. Para mim, é uma realização de vida. Tive sempre o apoio de minha família e você não imagina como é bom ver o orgulho do meu filho Lucas por esta conquista. Com apenas nove anos, é a primeira vez que ele vê seu clube do coração campeão.

Paraná-Online: Houve um momento de dúvida nessa caminhada?
Miranda: Isso sempre ocorre. Planejamento é sempre importante. Mas, no futebol, quase sempre o planejamento é o jogo seguinte. Num clube democrático como o nosso, há sempre divergências na busca por jogadores e até em relação ao comando técnico. Por isso, a última palavra é sempre a minha. Principalmente no que diz respeito ao comando técnico. Se fosse no embalo da torcida, por exemplo, o Barbieri teria saído ainda na primeira fase. Nunca sonho com o impossível e é dessa maneira que educo meus filhos e que oriento os mais jovens: ?Devemos desejar aquilo que podemos alcançar?. E, desde o início, acreditava que poderíamos chegar a esse título.

Paraná-Online: E o futuro, a partir desse título?
Miranda: A conquista representa a redenção do orgulho paranista. Nosso torcedor andava acabrunhado, humilhado. Agora, sob o aspecto financeiro, o título traz despesas. A renda da final, por exemplo, só paga o prêmio dos atletas. Como o Paranaense é deficitário, empurramos uma dívida de R$ 1 milhão para frente. Porém, o título terá reflexo na presença do nosso torcedor no Brasileiro e precisamos melhorar a média, pois ao que tudo indica, a partir de 2007 finalmente haverá critérios para a distribuição das verbas de tevê. É fundamental um bom desempenho técnico e financeiro nesse nacional.

De cabeça erguida

Carlos Simon

Quando os jogadores da Adap subiram ao pódio, ganharam aplausos entusiasmados e ouviram o nome do time gritado pela torcida paranista. Impossível maior reconhecimento para um clube que desbancou grandes da capital para chegar à decisão.

Assim, houve pouco espaço para frustração após o jogo. ?O título foi perdido em Maringá. Mas aqui mostramos que o futebol da Adap não era aquele. Saímos satisfeitos pela campanha e pelo trabalho bem feito?, falou o técnico Gilberto Pereira.

Os jogadores seguiram discurso semelhante. ?Se jogássemos assim em Maringá,

a final seria totalmente eqüilibrada?, falou o volante Felipe Alves. ?Saímos de cabeça erguida?, resumiu o goleiro Fábio.

Futuro

O presidente do clube, Adílson Batista do Prado, agora dedica-se à ampliação do Estádio Roberto Brzezinski, projeto discutido com a Prefeitura de Campo Mourão. Se a idéia sair do papel, a Adap deve investir pesado na disputa da Série C. ?Maringá nos acolheu bem, mas se o primeiro jogo fosse em Campo Mourão, o resultado seria diferente.

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