No Tapetão

Prefeitura vai pra Justiça tentar evitar calote do Atlético

A questão envolvendo o pagamento das desapropriações de imóveis para a reforma da Arena da Baixada já foi encaminhada para a Procuradoria-Geral de Curitiba. Agora, cabe ao órgão analisar a situação para acionar o Atlético na Justiça. “É algo que não está mais na nossa alçada. Vamos esperar pelas medidas cabíveis que serão adotadas”, disse Reginaldo Cordeiro, secretário municipal de Urbanismo, ex-secretário da Copa do Mundo na capital.

A briga em relação a este pagamento ganhou repercussão no final do ano. O Furacão tinha até o dia 31 de dezembro para devolver cerca de R$ 16 milhões que a prefeitura gastou com as desapropriações de imóveis utilizados na reformulação do Joaquim Américo para a Copa do Mundo. A prefeitura, inclusive, mandou um ofício ao clube no início do mês passado, lembrando do prazo final e indicando alguns imóveis de interesse.

Porém, antes de o prazo vencer, no dia 23 de dezembro o clube manifestou que não faria a indicação dos terrenos para repassar ao poder público, uma vez que não tinha esta responsabilidade devido ao acordo tripartite (clube, governo e prefeitura). Em ofício, o Rubro-negro afirmou que é a prefeitura que está inadimplente com suas obrigações. De acordo com o clube, o município deve pagar um terço dos R$ 346,2 milhões informados no documento como o custo da Baixada (valor que segundo o Ministério do Esporte passa de R$ 391 milhões – ver ao lado). Uma posição diferente da tomada anteriormente, quando chegou a indicar duas áreas, uma no bairro Caximba e outra no Campo de Santana.

O poder público contesta e diz que o convênio firmado com o Atlético e o governo do Paraná previa a divisão por três do orçamento de R$ 184 milhões do estádio, valor orçado em 2010.

Valor final da Baixada sobe

Numa conta que apenas em Curitiba chegou a um bilhão de reais, o valor final da Arena da Baixada foi revisto mais uma vez – a sexta desde o início da obra. O custo da empreitada foi revelado pelo balanço do Ministério do Esporte e alcançou R$ 1.075.300.000,00. A auditoria anterior do órgão, divulgada em setembro de 2013, apontava R$ 950,3 milhões para Curitiba. Decorridos um ano e três meses, a conta cresceu R$ 125 milhões (13%).

O estádio do Atlético puxou o acréscimo. No balanço de 2013, o Joaquim Américo aparecia com R$ 326,8 milhões. Subiu R$ 64,7 milhões para bater agora em R$ 391,5 milhões – o ministério não informa a composição deste número. Obras de mobilidade e entorno despenderam R$ 526,5 milhões e a reforma do aeroporto Afonso Pena ficou em R$ 157,3 milhões.

Trata-se da sexta atualização da reforma da casa rubro-negra, que recebeu apenas quatro partidas do Mundial, todas da primeira fase. Em dezembro do ano passado, a prefeitura recebeu do clube a informação de R$ 346,2 milhões. “Estamos cientes desses valores. Acredito que até o final do mês nós iremos divulgar um relatório final sobre a Copa do Mundo em Curitiba”, diz Luiz Henrique de Barbosa Jorge, diretor do setor de fiscalização de obras públicas do Tribunal de Contas do Estado.

Na comparação com as demais arenas, a Baixada foi a segunda mais barata, perdendo apenas para o Beira-Rio, em Porto Alegre: R$ 330 milhões. O mais caro foi o Mané Garrincha, em Brasília, que saiu R$ 1,4 bilhão.