Ponte e Guarani perdem de 10 mandos de campo cada

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), reunido nesta quarta-feira à noite no Rio, foi rígido com os dois clubes de Campinas, Ponte Preta e Guarani. Os dois rivais foram punidos severamente por tumultos registrados por seus torcedores no dérbi da cidade, ocorrido dia 16 de julho, pela 11.ª rodada da Série B. Por maioria de votos, cada clube pegou 10 jogos de suspensão, além de multa de R$ 50 mil para a Ponte e de R$ 100 mil para o Guarani. Já o locutor Raul de Freitas Lázaro, apontado como o principal pivô das confusões, foi suspenso por 180 dias.

À decisão ainda cabe recurso e os advogados dos dois clubes, Gustavo Martins, da Ponte, e Osvaldo Sestário, do Guarani, prometem entrar com o pedido nos próximos dias. Ainda não há uma data exata para o julgamento do recurso no Pleno, mas os dois advogados também tentarão solicitar o efeito suspensivo, que faria com que a punição não fosse executada até que o recurso fosse julgado, provavelmente em meados de agosto.

“Foi um exagero sem proporções. Este caso jamais deveria sem comparado à punição imposta ao Coritiba, em 2009, quando ele pegou 30 mandos de suspensão e cumpriu apenas 10”, afirmou Osvaldo Sestário, lembrando ainda da primariedade do Guarani.

O curioso é que não houve nenhum torcedor preso após os incidentes, apesar de algumas imagens fortes mostradas pelas emissoras de televisão. Segundo um dos auditores, Nicolau Constantino, “antes do jogo os torcedores do Guarani já exibiam cartazes provocativos e batiam no peito. Mas a reação com as palavras do locutor foi exacerbada, fora de propósito. Uma selvageria sem propósito”.

Fora de campo, aconteceram alguns confrontos, sem nenhum torcedor machucado. Dentro do estádio, além da vitória da Ponte por 2 a 0, houve confronto entre torcedores do Guarani, que eram visitantes, com os policiais. A revolta se agravou após algumas provocações do locutor do estádio, que chamava, entre outras coisas, os rivais de “galinhas”.

Na parte de fundos do Majestoso, onde estavam menos de três mil bugrinos, banheiros foram depredados, várias catracas eletrônicas danificadas e um incêndio foi gerado em cima dos papéis picados usado para saldar o time.

Como o Estatuto do Torcedor prevê que as mudanças de locais aconteçam até 72 horas úteis antes da realização da partida, os dois rivais poderão jogar seus próximos jogos como mandantes em Campinas. A Ponte encara a Portuguesa, neste sábado, no Estádio Moisés Lucarelli, enquanto o Guarani recebe o São Caetano, na terça-feira, no Brinco de Ouro.

O Guarani acabou pegando a pena máxima prevista – R$ 100 mil de multa – no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A Ponte teve uma redução apenas no valor da multa, em R$ 50 mil. No final das contas, esse valor “reduzido” acaba sendo apenas simbólico, já que o clube teve de arcar com os custos das reformas, após a depredação do Majestoso.

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