Pilotos paranaenses se destacam na Stock Car

Começa hoje a agitação no Autódromo Internacional de Curitiba. Está tudo pronto para a categoria mais importante (e badalada) do automobilismo brasileiro chegar ao Paraná. É a terceira etapa do Brasileiro de Stock Car, marcada para domingo, às 11h – com transmissão da TV Globo e da rádio Transamérica. E os pilotos paranaenses novamente são candidatos à vitória correndo ?em casa?.

Nenhum deles chega a Curitiba como novato na categoria. Alceu Feldmann, por exemplo, já venceu na cidade, só que pela GT3. Ele, David Muffato, William Starostik, Ricardo Zonta e Lico Kaesemodel esperam ter bons momentos neste final de semana. Mas quatro pilotos paranaenses vivem um final de semana especial. Vão correr no estado em que nasceram e disputando a prova com o irmão. As famílias Marques (de Tarso e Thiago) e Sperafico (de Rodrigo e Ricardo) viverão novamente a emoção de estarem divididas – e unidas ao mesmo tempo – na torcida.

Os quatro paranaenses têm boas chances de vitória na etapa de domingo. E encaram com bom humor, nesta entrevista exclusiva do quarteto ao Paraná-Online, as semelhanças e diferenças entre os irmãos e os colegas e rivais.

Paraná-Online – Qual é o incentivo familiar que fez com que vocês seguissem o mesmo destino, o de pilotar carros de corrida?

Tarso Marques – Eu decidi que queria correr quando ainda era criança e minha família, a princípio, quis que eu parasse. Mas esse era o meu sonho e sempre lutei por ele; queria correr na Fórmula 1. Já com o meu irmão foi bem diferente, ele começou de brincadeira. É uma tradição na equipe do meu pai que sempre que eles conquistam um campeonato, ele deixa os mecânicos dirigirem os carros e em 2000 o Thiago guiou um carro da Stock pela primeira vez. No ano seguinte, ele foi campeão da Light.

Thiago Marques – É uma profissão que não aconselho a ninguém, muito menos ao meu filho. É um esporte que exige um investimento pesado no inicio, além de ser de alto risco.

Rodrigo Sperafico – Tudo começou com meu pai, que é um apaixonado por corridas. Quando ele viu que nossas mãos já tinham um bom tamanho para segurar um volante, ele não pensou duas vezes.

Ricardo Sperafico – Aí pegamos gosto pelas corridas.

Paraná-Online – E por que tantos irmãos correndo juntos no automobilismo paranaense? Além de vocês, há os outros da família Sperafico e os Ebrahim na GT3.

Tarso – Acho que é uma coincidência ter tantos irmãos paranaenses correndo juntos. Mas acho que cada caso é um caso.

Thiago – Curitiba sempre teve nomes importantes nas pistas.

Rodrigo – Acho que quando se corre junto, você se sente um pouco mais seguro.

Ricardo – Isso já é resultado de uma geração. Chegou a hora dos filhos representarem os pais aqui no Brasil.

Paraná-Online – Os pais normalmente incentivam os filhos quando eles se dedicam às pistas. E as mães, como ficaram?

Tarso – Eu sou o número 1 da minha mãe (risos). Eu, particularmente, morro de preocupação quando vejo o meu irmão ou meu pai correndo. Já minha mãe sofre por três. Mas ela nos apóia muito e nos acompanha em todas as corridas.

Thiago – Minha mãe é a pessoa mais importante nas pistas. Ela me passa uma segurança e uma energia positiva muito boa.

Rodrigo – No começo da carreira, minha mãe era a ?cronometrista? da equipe, e sempre gostou de corridas.

Ricardo – Depois que nasceu minha irmã (Gabriela), ela se afastou das corridas. Hoje ela tem muito medo.

Paraná-Online – Para os Marques, há uma diferença de anos. Para os Sperafico, a diferença deve ser de minutos. Mas os mais velhos sempre têm razão?

Tarso – Lógico, os mais velhos sempre têm razão (risos). O Thiago me ajuda bastante e eu procuro ajudá-lo ao máximo. Mas não é porque tenho mais experiência que ele que não posso escutá-lo também.

Thiago – Eu e o Tarso sempre fomos competitivos em tudo. Brigávamos até na bolinha de gude (risos).

Rodrigo – A diferença é de dez minutos, até hoje não sabemos quem nasceu primeiro, mas o combinado é que quem chega na frente na corrida, tem sempre a razão…

Ricardo – Só tem razão o que for mais rápido.

Paraná-Online – O que os Marques vêem de mais positivo nos Sperafico?

Tarso – Eles são dois pilotos excelentes e acho que esse é o único caso no mundo de gêmeos que guiam com tanta competência como eles.

Thiago – Percebo nos Sperafico o mesmo que percebo nos Marques, a união entre as famílias.

Paraná-Online – E o que os Sperafico vêem de mais forte nos Marques?

Rodrigo – Eu acho que a mesma paixão, só que eles foram mais além e fizeram uma estrutura de automobilismo.

Ricardo – Acredito pelo fato de terem equipe própria e vasta experiência no automobilismo, são considerados fortíssimos.

Paraná-Online – Correr em casa, perto da família, faz diferença?

Tarso – Uma das coisas boas de correr no Brasil é estar perto da família. Fico bastante feliz.

Thiago – A família está unida em todas as pistas, seja em Curitiba, seja no Japão. Então, sinceramente, não temos esta diferença. Agora, correr em casa é legal pela torcida e principalmente por não precisar viajar mais uma vez.

Rodrigo – Muita diferença! Você sente uma energia maior do que o normal…

Ricardo – O apoio de todos os amigos e familiares ajuda a ser otimista.

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