Perrella ataca juiz e presidente de comissão em carta

“A partida entre Cruzeiro e Palmeiras entrou para a relação dos grandes absurdos do futebol brasileiro em 2009.” Desta forma o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, iniciou uma carta, divulgada nesta quinta-feira pelo site oficial do clube, na qual o dirigente faz uma série de críticas pesadas ao árbitro Evandro Rogério Roman, que apitou o jogo da última quarta-feira, entre palmeirenses e cruzeirenses, no Mineirão.

Na carta, assinada por Zezé Perrella, o presidente do time mineiro faz uma série de insinuações questionando o caráter do árbitro, que revoltou os jogadores do Cruzeiro ao deixar de marcar pênaltis reclamados pelos atletas da equipe e pelo diretor de futebol do clube, Eduardo Maluf, no confronto que terminou com vitória de 2 a 1 para o Palmeiras.

“Não há como aceitar que os escabrosos erros cometidos pela arbitragem de Evandro Rogério Roman sejam considerados normais e aceitáveis em um só jogo. Causa ainda mais perplexidade o fato de ser apenas uma equipe penalizada: coincidência ou má intenção?”, questionou Perrella, que depois reforçou no parágrafo seguinte: “Ao se falar desse árbitro, só resta imaginar que se trata de uma pessoa leviana”.

Para justificar a sua revolta com Roman, Perrella relembra outros teóricos erros do árbitro em outros jogos do Cruzeiro. Ele disse que o juiz teve “sua primeira atuação caótica e reprovável” no duelo do dia 31 de maio de 2009, contra o São Paulo, no Morumbi, quando “validou um gol escandaloso do atacante Washington, depois que o jogador do time paulista puxou pela camisa o volante Henrique”. “Nesse mesmo jogo, Roman ainda confirmou um gol marcado pelo Dagoberto em posição de impedimento e deixou de punir a perseguição ao atacante Kléber, que sofreu quatorze faltas”, completou o dirigente.

CORRÊA NA MIRA – Além de criticar o árbitro, Perrella se mostrou revoltado com o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, porque ele “designou a volta de Evandro Rogério Roman ao apito em partidas do Cruzeiro no jogo frente ao Grêmio, no Estádio Olímpico, no dia 2 de agosto”.

Ao falar sobre o confronto, o presidente cruzeirense disse que Roman “voltou a ser lesivo contra o clube mineiro ao expulsar dois atletas em lances considerados normais no futebol, segundo a imprensa nacional”. Em seguida, Perrella afirmou que “a Comissão de Arbitragem e seu presidente parecem gostar de brincar com a cara de pessoas, clubes e torcidas” por ter voltado a designar o árbitro para o último jogo contra o Palmeiras.

Perrella ainda ironizou ao perguntar se a escalação de Roman foi “apenas coincidência” e afirmou que o juiz deixou de marcar “pelo menos três pênaltis claros” a favor do Cruzeiro na partida contra o Palmeiras.

INSINUAÇÃO – Além de todas as críticas pesadas, Perrella ainda insinuou favorecimento aos times de São Paulo no Brasileiro ao comentar que a imprensa denunciou que o senhor Sérgio Corrêa tem despachado todas as sextas-feiras da sede da Federação Paulista de Futebol. “Se for verdadeira essa acusação, tal postura nos parece gerar constrangimentos e ser antiética”, reforçou.

“O cheiro de armação e manipulação parece estar novamente presente na cabeça de todos que acompanharam a partida (entre Cruzeiro e Palmeiras)”, atacou Perrella, acrescentando que “o presidente da Comissão de Arbitragem inegavelmente persegue o Cruzeiro e se mostra uma pessoa despreparada, sem competência, omissa e de pulso fraco”.

Para finalizar a sua carta, ele ainda sugeriu a saída de Corrêa da Comissão de Arbitragem. “será que também não chegou a hora de a Comissão passar por uma reciclagem e ser presidida por uma pessoa que realmente entenda de arbitragem, que tenha coragem para tomar decisões, que seja isenta, coerente, que saiba punir, cobrar e dar exemplo?”, questionou. “O senhor Sérgio Corrêa está longe de ter esse perfil”, encerra, na linha final da carta.