Pela segunda estrela vale tudo. Até pagar mais!

Ao contrário do que aconteceu no início do Campeonato Brasileiro, quando a torcida se revoltou contra o aumento abusivo do preço do ingresso na Arena, os protestos contra o reajuste anunciado ontem foram velados. A mágoa dos líderes de torcidas, na verdade, ficou mais direcionada ao diretor-presidente do Procon-PR, Algaci Túlio, que não os avisou da audiência de conciliação.

“Nos sentimos traídos, pois a ação só existiu a partir de nosso protesto. Somos parte interessada”, disse Juliano Rodrigues, vice-presidente da torcida organizada Os Fanáticos. Segundo Doático Santos, do ETA, a ação contra o aumento abusivo partiu de um abaixo-assinado contendo aproximadamente 12 mil assinaturas de torcedores contrários ao aumento de 100% proposto pela diretoria no início do nacional. “Nós nos unimos por nossos direitos e tínhamos que tomar conhecimento da ação. Era um direito adquirido”, lamentou Doático.

O diretor-presidente do Procon-PR, Algaci Túlio, assegura que não convidou os representantes de torcida porque esta atitude caberia ao juiz que convocou a audiência de conciliação. “O Procon foi convocado como representante legal da torcida, pois foi a parte que moveu a ação. Não caberia a nós passarmos por cima da ordem do juiz e convocar os torcedores para participar para a audiência”, diz Túlio. “Tenho todo o respeito pela torcida atleticana”, completa, lembrando que graças à liminar obtida no início do Brasileirão, o torcedor conseguiu economizar R$ 240,00. Se o preço do ingresso tivesse sido mantido a R$ 30,00, na soma dos jogos o gasto teria sido de R$ 480,00, segundo os cálculos de Túlio.

A despeito da mágoa, ao que parece a diretoria passará incólume desta vez. Rodrigues assegurou que o tema ainda não foi debatido entre os torcedores da sua organizada e não foi programado nenhum protesto. “Vamos deixar quieto. Não queremos prejudicar o time nesse momento importante”.

Para Doático, um dos principais ativistas do protesto inicial, da decisão ainda cabe um recurso junto à Procuradoria, no Ministério Público, para tentar invalidar a decisão judicial, pelo fato da torcida não ter estado presente na audiênca. “Nós acreditamos que cabe um recurso para tentar reverter a ação. Mas só vamos fazê-lo se a torcida assim quiser”, diz Doático. Mesmo que o recurso aconteça, o ingresso de R$ 20,00 parece já ter sido aceito pela galera. “Em função da campanha e a atual conjuntura finaceira, até que podemos aceitar. Mas ingresso que era R$ 15,00 passar a R$ 25,00 é difícil de ser aceito. Se houver ação, será em função desse tipo de ingresso, referente aos lugares mais ocupados pelos torcedores, as curvas”.

Ao que parece, a postura moderada da galera tem a ver com o reflexo que a revolta contra os ingressos a R$ 30,00 provocou no time na final do Campeonato Paranaense. “Com o estardalhaço criado por causa da decisão infeliz da diretoria, de anunciar a majoração do preço do ingresso uma semana antes da decisão, perdemos o título mais fácil da história. Não queremos criar instabilidade.”

Atlético coleciona mais recordes e boas marcas

Rodrigo Sell

A conquista do primeiro lugar isolado no campeonato brasileiro não é o único motivo para o torcedor do Atlético comemorar. O time rubro-negro vem quebrando marcas na competição deste ano, além de caminhar a passos largos na busca pela segunda estrela dourada.

Com o sucesso sobre o Vitória, o Furacão chegou a 15 jogos consecutivos sem perder em nacionais, a 11.ª melhor colocação na história da competição. Além disso, o Rubro-Negro emplaca mais esta marca entre as melhores entre os clubes paranaenses.

Após quebrar a melhor marca do clube, 12 jogos seguidos invictos em 2001, o Atlético deste ano não só superou este recorde, como vem ampliando a série a cada partida. Com os 15 jogos sem perder, o Rubro-Negro se posiciona entre as 11 melhores marcas entre todos os clubes brasileiros que já disputaram o certame.

Melhor do que isso, se não perder para o Galo, às 16h de amanhã, na Arena, se iguala a Flamengo, São Paulo e Goiás, que têm a oitava melhor sequência invicta com 16 jogos. A melhor marca em Brasileirão continua sendo do Santa Cruz, com 27 jogos, em 1978. Para superar este número, o Furacão teria que não perder mais até o final da competição.

Ao mesmo tempo em que quebra marcas no Nacional, o Rubro-Negro vai acrescentando os mesmos números no cenário regional. Com os 15 jogos sem perder, o time da Baixada já deixou o Ferroviário, que ficou 13 jogos sem perder em 1937, para trás. Assim, chegou na 13.ª posição entre as maiores invencibilidades de clubes paranaenses, sendo que o próprio clube tem mais quatro seqüências entre as principais e a melhor de todas. Em 1982, a dupla Washington/Assis comandou o time em 26 partidas sem saber o que é derrota, a maior entre os clubes do Estado do Paraná.

Artilharia

Com os dois marcados contra o Vitória, Washington disparou entre os matadores do campeonato brasileiro, com 23 gols, três a mais que Alex Dias, que vem em segundo. O Coração Valente também se destaca como o maior artilheiro do clube numa mesma edição. Depois de ultrapassar Kléber e Alex Mineiro, que anotaram 17 vezes em 2001, o atacante vai em busca agora de Renaldo, que marcou 30 gols pelo Paraná Clube no ano passado, e de Dimba, que fez 31 pelo Goiás, também no ano passado, e que detém a melhor marca na história da competição.

Levir define hoje mudanças no time

O Atlético venceu o Vitória, é líder do campeonato brasileiro, mas o técnico Levir Culpi vai exigir mais de seus atacantes. Na partida contra os baianos, o ataque rubro-negro cansou de perder gols e essas oportunidades podem fazer falta na busca pela segunda estrela dourada. Na volta aos trabalhos no CT do Caju após a excursão por Salvador, o treinador irá cobrar mais do setor ofensivo, mas também terá que definir o substituto do ala-direito Fernandinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

O maior problema de Levir será encontrar um substituto para Fernandinho. Ele tomou o terceiro cartão amarelo (da terceira série) e não poderá enfrentar o Atlético Mineiro. O reserva imediato seria Raulen, mas ele também tomou o terceiro amarelo contra os baianos. Assim, os candidatos a uma vaga no time são o meia William ou o volante Pingo.

Em compensação, os zagueiros Marinho e Ígor estão de volta após cumprirem suspensão automática. O provável time para a partida contra os mineiros deverá ter Diego; Marinho, Fabiano e Marcão; Pingo, Alan Bahia, William, Jádson e Ivan; Dagoberto e Washington.

Picerni prepara time na retranca

Cristian Toledo

O técnico Jair Picerni pode montar um Atlético-MG ultradefensivo na partida de amanhã contra o Atlético. No treino de ontem, realizado no CT da Graciosa, ele escalou quatro volantes, além de dois atacantes que voltam para marcar no meio-de-campo. Sem Alex Mineiro, Renato e Zé Luís, seus três principais jogadores (e também sem Alessandro), o Galo aposta na retranca para levar um ponto a Belo Horizonte.

Além de jogar na defesa, o Atlético-MG terá outra característica: Jair Picerni vai lançar mão de jovens para a partida decisiva para fugir da zona de rebaixamento. O lateral Rodrigo Dias e o volante Zé Antônio ganham chances no time principal, além de Rafael Lopes, o destaque da equipe no empate em 1×1 com o Fluminense, na terça.

A provável formação do Galo conta com Danrlei; Rodrigo Dias, Gaúcho, André Luís e Rubens Cardoso; Emerson, Zé Antônio, Walker e Márcio Araújo; Rodrigo Fabri e Rafael Lopes.

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