O técnico Carlos Alberto Parreira perdeu a paciência na manhã desta sexta-feira, ao comentar a tabela do Campeonato Brasileiro, que obrigou o Corinthians a sair de São Paulo na terça-feira, com uma temperatura de 5 graus para enfrentar o Paysandu, no dia seguinte, sob 32 graus, em Belém. Para complicar mais, o time paulista terá de jogar domingo contra o Grêmio, em Porto Alegre, cuja cidade deverá contar com céu claro, mas temperatura prevista de 13 graus.
?Isso é desumano. Não se pode mandar uma equipe fazer um roteiro como esse. Uma equipe que joga em Belém, principalmente saindo de São Paulo, não deve, quatro dias depois atuar em Porto Alegre. Quem organizou a tabela da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deveria pelo menos olhar o mapa do Brasil?, criticou Parreira. ?Levamos quase dez horas para voltar para casa.?
O treinador lembrou que os jogadores do Corinthians se submeteram a uma autêntica aventura. Para obedecer o programa de viagem estabelecido pela CBF, os atletas tiveram de se apresentar terça-feira no Parque São Jorge às 5h45, de onde seguiram para o aeroporto. A temperatura marcava 5 graus, quando o time embarcou para Belém, às 7h55. Após escala em Brasília, a delegação corintiana desembarcou na capital paraense às 13 horas em situação completamente diferente, com a temperatura estafante de 32 graus. No dia seguinte, às 20h30, a equipe enfrentou o Paysandu.
A volta para São Paulo também foi uma exaustiva viagem, na avaliação de Parreira. A delegação deixou o hotel em Belém às 14 horas de quinta-feira. O vôo estava marcado para as 15h30, mas houve atraso de trinta minutos para decolar. O mesmo problema ocorreu com a escala em Brasília. Por causa do inconveniente, a delegação só desembarcou em São Paulo às 21h30. Neste sábado, às 14 horas, o time viaja para Porto Alegre. A volta será logo após o jogo, às 20 horas. A chegada em São Paulo está prevista para as 22h16.
O vice-presidente de futebol do clube do Parque São Jorge, Antonio Roque Citadini, fala em perseguição da CBF contra o Corinthians. ?Só acontece conosco. A tabela beneficia dois clubes?, reagiu o dirigente, sem citar quem seriam os favorecidos pela entidade.
Para o jogo contra o Grêmio, Parreira tem uma dúvida: o zagueiro Scheidt, que não enfrentou o Paysandu, porque estava suspenso, disputa posição com Anderson.