E agora?

Paraná Clube vive mais uma noite de agonia

A sensação do torcedor paranista é, acima de tudo, de desalento. De como tudo se encaminhasse para um dramático rebaixamento. Foto: Albari Rosa

Uma noite de tensão, nervosismo, irritação, agonia. Talvez todas essas palavras signifiquem a mesma coisa – a tristeza do torcedor do Paraná Clube com mais uma derrota no Campeonato Brasileiro. Neste domingo (9), o Santos veio até a Vila Capanema e venceu por 2×0, dois gols do artilheiro Gabriel. E se houve erros da arbitragem, se houve momentos em que a vitória passou perto, houve no final das contas mais um capítulo da dramática jornada paranista no Brasileirão. Cada vez mais afundado na lanterna e com a permanência na primeira divisão cada vez mais difícil.

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Tinha sido uma semana complicada para o Tricolor. Cobranças explícitas da torcida do início ao fim, áudio vazado, problemas para a montagem do time… Não bastasse já a extrema dificuldade para atingir o objetivo de fugir do rebaixamento, a rotina acumulava outras confusões. E foi sob pressão, com Jhonny Lucas no meio-campo, o multado Igor na lateral-esquerda e com a manutenção da dupla Rafael Grampola e Carlos no ataque, que o Paraná entrou em campo na Vila. Talvez com o ambiente mais carregado dos últimos tempos.

E claro que o jogo também era tenso. A ponto de nenhum time conseguir criar oportunidade até a metade do primeiro tempo. Com a torcida apoiando apesar de tudo, o Tricolor tentava ser precavido. O negócio era não correr riscos e aproveitar brechas que o Santos desse. E o Peixe tinha o controle de posse de bola mas não ameaçava. Só quando Nadson acertou a trave num chute de média distância foi que a partida ganhou em volume. Mas ainda era pouco, tanto por parte dos tricolores, quanto por parte dos alvinegros.

Até Claudinei Oliveira perdeu a calma, sendo excluído após uma discussão com Victor Ferraz. Foto: Albari Rosa
Até Claudinei Oliveira perdeu a calma, sendo excluído após uma discussão com Victor Ferraz. Foto: Albari Rosa

Só que a partir daí a coisa saiu de controle. Primeiro, Bruno Henrique e Renê Santos se estranharam. Logo depois, os dois se encararam de novo e o árbitro deu amarelo ao zagueiro tricolor. E após um lance na lateral, Claudinei Oliveira e Victor Ferraz tiveram que ser contidos para não brigarem. E Dewson Fernando Freitas de Oliveira acabou excluindo o técnico paranista, que saiu revoltado. Luciano Gusso, depois de três anos, voltava a comandar o time à beira do gramado.

Foram quase 15 minutos de loucura. E no intervalo, Gusso pediu calma aos jogadores. Apesar de ter menos a posse de bola, tinha ficado claro que se o Tricolor conseguisse caprichar, a vitória era possível. Mas quem marcou foi o Peixe. E em uma jogada polêmica. O Tricolor reclamou muito de falta na origem do lance, de Rodrygo em Alex Santana. Mas o árbitro não marcou e Victor Ferraz foi à linha de fundo e cruzou, e na bobeada da defesa Gabriel marcou.

Recém-chegado, David foi de novo o escolhido para tentar mudar o panorama ofensiva paranista, pois Carlos e Rafael Grampola eram inofensivos para Vanderlei. Mas nada acontecia. Se no primeiro tempo os donos da casa esperavam para surpreender o Santos, na etapa final a equipe tinha a iniciativa, mas sofria demais com a falta de qualidade. Ortigoza foi o segundo a ser chamado do banco, entrando no lugar de Nadson.

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Mas já era um momento de desespero em campo e de irritação fora. Caio Henrique era o alvo das vaias dos torcedores, enquanto o Santos acertava a trave em uma tentativa de letra de Bruno Henrique. E o camisa 10 saiu muito apupado para a entrada de Maicosuel, a última cartada tricolor. Só que ele nem pegou na bola até o Paraná levar o segundo. Dessa vez Rodrygo roubou a bola de Alex Santana sem falta, e o lance chegou em Derlis González antes da finalização perfeita de Gabriel – seu 12º gol no Brasileirão, o artilheiro isolado do campeonato.

Era fim de jogo 13 minutos antes do apito final. A torcida, que tanto apoiou, se dividia entre as cobranças ao executivo de futebol Rodrigo Pastana e a simples desilusão, indo embora do estádio. E pior que a irritação, o nervosismo e a tensão é mesmo a agonia. Um sensação de que nada está dando certo, e que o Paraná Clube se aproxima, rodada após rodada, de um traumático rebaixamento.

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