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Opinião: Paraná Clube e a liberdade ainda que tardia

Guilherme Biteco no jogo de ida. Ele e Renatinho podem classificar o Paraná em Belo Horizonte. Foto: Albari Rosa

Belo Horizonte – Minas Gerais nos remete às mais antigas ideias de liberdade. Ao chegar ontem por aqui, fui à praça Tiradentes. A estátua do nosso mártir lá está, e a frase eternizada que ecoa nestes tempos tão bicudos: liberdade, ainda que tardia. Para o Paraná Clube, seguir em frente na Copa do Brasil é mais um passo para a libertação, para a fuga das dificuldades, para a reconstrução, para a reconquista do orgulho do torcedor. Mas como conseguir a vaga diante de um Independência lotado e de um Atlético-MG mordido?

Fácil certamente não será. A vantagem do empate não pode ser desprezada da forma alguma, mas não pode ser colocada como definitiva. Isto porque ser meramente um time defensivo contra o Galo é suicídio – os mineiros virão como um rolo compressor e aí vai ser difícil segurar. Se numa partida em que eles não tiveram todo o poderio funcionando o Paraná já viu o que eles podem fazer (o que aconteceu na semana passada), pensem o que pode acontecer se o Tricolor der campo pra que o Galo jogue. E, é bom lembrar, se o empate é paranista, a vitória simples é dos donos da casa.

É então para o Paraná Clube sair pra cima do Atlético-MG? Também não. O segredo é o equilíbrio. É manter a postura defensiva forte, como fez no segundo tempo do jogo no Couto Pereira, e também agredir. Uma coisa que o Galo não é acostumado é justamente ter que se defender. Uma equipe tão forte e que tem tanto talento ofensivo não se imagina pressionada. O normal dos adversários aqui em Belo Horizonte é justamente ficar esperando por um erro. Até aí, tudo bem. Mas há formas de fazer isso.

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A forma tricolor é não mexer no jeito de jogar. A presença de Guilherme Biteco na direita e de Robson na esquerda impediu os apoios de Fábio Santos e principalmente de Marcos Rocha – este só atacou naquele escorregão de Robson, e no lance saiu o gol de Robinho. Gabriel Dias (se recuperado) e Alex Santana cercaram bem Cazares, e nesta quarta (31) precisarão também acompanhar Otero. E Eduardo Brock e Rayan não deram paz a Fred. Robinho foi quem mais incomodou, e isso deve se repetir hoje.

De outra parte, as ausências de Adílson e Rafael Carioca enfraquecem a marcação mineira. Renatinho terá mais espaço e menos marcação. Após alguns jogos apagado, hoje pode ser “o dia” do camisa 10 da Vila. E se for, o Paraná terá ele e Guilherme Biteco prontos para fazer história. E para libertarem o Tricolor.