Ah, como era bom!

Já faz 10 anos que o Paraná não ganha um título profissional

Como o seu próprio hino diz, o Paraná Clube nasceu gigante e acumulou, nos seus primeiros anos de vida, diversas conquistas que o evidenciaram no cenário do futebol brasileiro. A realidade, no entanto, é bem diferente. Nos seus 26 anos de existência, o Tricolor vive agora seu maior jejum de títulos da sua história. Apesar de ter o acesso à primeira divisão como o grande objetivo desta temporada, o torcedor paranista quer voltar a comemorar e confia que esse título possa vir já na conquista do Campeonato Paranaense, no primeiro semestre.

Porém, desde a apresentação do elenco paranista, no início deste mês, o técnico Claudinei Oliveira e a diretoria não iludem o torcedor e, com os pés no chão, não escondem que a meta do clube é conseguir o acesso para a elite do futebol brasileiro. “Se a gente ganhar o Campeonato Paranaense vai ser muito bom, mas aposto que o torcedor não trocaria o título pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro”, disse Claudinei Oliveira na sua primeira entrevista coletiva concedida neste ano.

Fundado em dezembro de 1989 da fusão do Colorado e do Pinheiros, o Paraná Clube comemorou seu primeiro título em 1991, quando foi campeão paranaense e passou a despontar como uma das novas forças do futebol do Estado. A partir deste ano, o crescimento do Tricolor no cenário estadual e nacional se deu muito por causa das conquistas seguidas que acompanharam o time paranista até 1997.
Em 1992, o Tricolor, quando disputou pela primeira vez a Série B, conquistou o título ao desbancar o Vitória, em plena Fonte Nova, com o gol salvador do atacante Saulo. A partir do ano seguinte, o Paraná tomou conta do futebol paranaense. Além de jogar a primeira divisão do futebol brasileiro, a equipe conquistou de 93 a 97 o pentacampeonato estadual.

Nova década

O rápido crescimento foi parado no final da década de 90 e, em 1999, o clube caiu para a segunda divisão, mas, no ano seguinte, voltou à elite em grande estilo, conquistando o módulo amarelo da Copa João Havelange. O bom início do clube nos anos 2000 deu esperanças de que o Paraná reencontraria seu caminho de conquistas da sua história. Com campanhas irregulares no Brasileirão, o Tricolor voltou a comemorar somente em 2006, quando foi campeão paranaense daquele ano. Aquela temporada foi especial e marcante ao torcedor tricolor que, ao final do ano, comemorou a conquista da vaga na Libertadores da América.

Último técnico campeão lamenta fase

O técnico Luiz Carlos Barbieri, campeão paranaense pelo Paraná em 2006, lamentou a escassez de títulos do Tricolor – e torce, de longe, pela retomada do caminho de títulos. “É difícil ver um time da grandeza do Paraná ficar tanto tempo sem conquistar um título. O clube sempre estava brigando por alguma coisa, para alcançar os objetivos. Mas a gente torce para que saia dessa situação o mais rápido possível”, frisou Barbieri, que desde que deixou o clube nunca mais foi chamado para voltar.

“Para mim é até estranho não me chamarem mais para voltar. A gente está sempre torcendo para que as coisas melhorem. A torcida do Paraná é fantástica, fanática acima de tudo e que está carente de títulos. Está indo para dez anos. É muito tempo. Quando eu cheguei eram nove anos de jejum no Estadual”, concluiu o treinador, que comandou o Tricordiano-MG, conseguiu o acesso à elite do Campeonato Mineiro no ano passado e atualmente está sem clube.

Nova realidade

A partir de 2007, o Tricolor foi do céu ao inferno. Com um planejamento deficitário no seu departamento de futebol naquela temporada, o Paraná não passou das oitavas de final da competição sul-americana, perdeu o título paranaense para o Paranavaí e ainda amargou o rebaixamento para a Série B, onde se encontra até hoje. Já são, agora, dez anos sem títulos e de, sofrimento.
Além de ter sido até rebaixado no Paranaense, o Tricolor segue penando na segunda divisão e, com isso, sofrendo também financeiramente. Agora, com uma nova diretoria e com uma nova política no seu departamento de futebol, a expectativa é de que o Paraná volte a comemorar – e, se não for no Estadual, que seja o acesso, que mudará seu status dentro do cenário nacional e, sobretudo, das suas finanças.