Uma confusão entre torcedores do Paraná e do Botafogo, em setembro do ano passado, no Rio de Janeiro, em jogo válido pela Série B do Campeonato Brasileiro, rendeu a suspensão de um ano para a Torcida Organizada Fúria Independente. A suspensão foi decretada pelo Juizado Especial do Torcedor de Grandes Eventos do Poder Judiciário do Rio de Janeiro e, por isso, a facção está proibida de entrar com suas faixas e materiais em todos os estádios do Brasil.
A briga teria acontecido do lado de fora do Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro. A diretoria da Fúria se pronunciou através de uma nota oficial e negou qualquer envolvimento na confusão. “A decisão, no momento presente, é completamente abusiva e desproporcional, uma vez que ela vai contra os preceitos de defesa presentes na Constituição Federal de 1988. Também vai contra o direito inalienável de propriedade particular, já que a medida, sem julgamento, visa barrar a Torcida Fúria Independente de entrar com propriedades privadas – bandeiras, faixas, bateria – não apenas pelo país afora, como em sua própria casa”, diz um trecho da nota.
Com isso, a organizada já confirmou que vai recorrer da decisão a fim de que possa voltar a entrar caracterizada nos estádios. “A torcida não pode ter suas propriedades e seus integrantes punidos severamente por um crime que ela não cometeu. Por uma ação que ela não realizou e sequer teve ciência. A Torcida Fúria Independente esclarece que irá tentar reverter esta decisão dentro do campo judicial”, acrescentou a facção.
O delegado titular da Demafe (Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos), Clóvis Galvão, ressaltou o bom comportamento da torcida Fúria Independente e declarou que cedeu um documento constatando o bom comportamento da organizada. O delegado afirmou ainda que enquanto o recurso não for julgado, a torcida poderá continuar entrando normalmente nos estádios.
“A Fúria Independente é uma torcida que nunca deu nenhuma reclamação aqui na Demafe. Não existe nenhuma ocorrência registrada contra a Fúria ou sua diretoria. Forneci um documento para eles nesse sentido. Eles estão entrando com o recurso para reverter essa situação. Enquanto não for julgado fica tudo normal”, explicou Galvão.