Análise

Entre Vavá e Claudinei, o técnico é quem tem razão

O assunto do dia no Paraná Clube foi a declaração do diretor de futebol, Durval Lara Ribeiro – disse ele que o Tricolor recuou muito no segundo tempo da partida da terça-feira (31) contra o Londrina, no interior do estado. Declaração depois respondida pelo técnico Claudinei Oliveira. E entre os dois, não tenho dúvida: é Claudinei quem tem razão.

Até porque na essência da declaração de Vavá Ribeiro há um erro. O Paraná não recuou do primeiro para o segundo tempo. O que aconteceu foi uma queda de rendimento técnico da equipe – que se mantivesse o ritmo venceria a partida. Até teve chances de ganhar mesmo jogando pior que na etapa inicial, é só lembrarmos que Murilo e Robson tiveram oportunidades reais.

No trabalho tático, não houve alteração. O Paraná se defende com todo mundo – até Lúcio Flávio volta para dar aquela cercada básica. Se tem a posse de bola, o objetivo é jogar com inteligência, trocando passes e buscando encontrar espaços. No fundo, bem no fundo, é a essência de jogar no erro do adversário. Quando se defende, o Tricolor tenta o roubo e a saída rápida. Quando ataca, busca um desajuste adversário para criar.

E há algum erro nesta estratégia? Será que Vavá Ribeiro acha que o time não tem que se defender com todos os jogadores? Que tem que deixar dois ou três lá na frente sem fazer nada? O Paraná joga da mesma forma que a imensa maioria dos times da Série B – inclusive o invicto Vasco, que é talvez o mais solidário dos vinte times, graças ao excelente trabalho de Jorginho.

Excelente trabalho também faz Claudinei Oliveira. Não vamos esquecer que há um mês ele foi escolhido, com toda justiça, o melhor treinador do Estado. Continua sendo. Monta um Paraná competitivo sem ter um grupo de plenas opções. E mesmo assim, mesmo sem poder contar com peças de reposição em muitos setores, graças ao trabalho do técnico é possível acreditar em acesso neste ano.

Já Vavá Ribeiro tem méritos em algumas das suas garimpagens pelo interior de São Paulo. Mas não tem que se meter em tática ou escalação da equipe, e se possível evitar dar entrevistas. Quando fala, mais atrapalha que ajuda.