A primeira avaliação do ex-presidente Rubens Bohlen após a renúncia do mês passado aconteceu ontem, na reunião do Conselho Deliberativo do Paraná Clube. E o balanço tricolor de 2014 foi aprovado com ressalvas pelo “conselhão”, após a auditoria independente confirmar a dívida em R$ 60 milhões, como informado pela gestão antiga no início deste ano.
A dívida paranista, descrita no balanço de 2013 como sendo de aproximadamente R$ 41 milhões, saltou para os R$ 60 milhões estimados no começo de março graças à inclusão de valores que não eram contabilizados anteriormente, principalmente por falta de sentenças judiciais. Por exemplo, o valor da ação de Leo Rabello, pelo imbróglio da venda do meia Tiago Neves, ficava de fora das contas paranistas e foi incluída no documento de 2014.
“Pela lei, estes valores não seriam obrigatórios nos balanços financeiros. Por isso os balanços podem ser publicados com ressalvas. Mas nosso levantamento leva em conta as dívidas ajuizadas e não-ajuizadas”, explicou Fernando Gerardi, sócio da DG Investimentos, sobre a forma como está sendo feito o demonstrativo financeiro tricolor.
Apesar de aprovado, o presidente do Conselho, Rodrigo Vissoto, afirmou que foram feitas algumas observações a respeito do documento que será publicado até amanhã e que um grupo deve ser formado internamente para esclarecer questões de ordem técnica, principalmente no que se refere ao patrimônio paranista. “Foi designada uma comissão para apresentar esclarecimentos sobre algumas dúvidas. Como é uma demonstração financeira, o balanço retrata questões técnicas que nem sempre ficam claras para todos os conselheiros, mas ele está aprovado”, ressaltou.
Quanto às contas da gestão do ex-presidente Rubens Bohlen, o conselheiro nega qualquer problema. “Não tem reprovações, o que vão ser feitos são esclarecimentos de menor importância. A mesa diretiva (da reunião) pediu e achamos importante destrinchar alguns pontos, o que não impede a divulgação. Cumprir o regulamento não é uma questão de poder ou não, é uma obrigação da direção”, afirmou, em referência à Lei Pelé, que determina que os clubes divulguem seus demonstrativos financeiros até dia 30 de abril.
Quanto a possíveis atrasos que ocorreram na publicação das contas paranistas em 2014, Vissoto afirma que o prazo estabelecido pela lei será cumprido. “Temos o prazo para aprovar e publicar e isso precisa ser observado. Tivemos muitas questões que nos atrapalharam no passado mas o objetivo agora é evitar que isso volte a acontecer. Vai ser respeitada (a data limite de publicação)”, garantiu.
Treinador
A dez dias da estreia contra o Ceará, na Vila Capanema, a diretoria paranista segue sondando nomes no mercado para assumir o comando técnico do time.
Um dos procurados pelo gerente Durval Lara Ribeiro, o Vavá, foi Geninho, treinador do último acesso do Tricolor, na conquista do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000.
O experiente comandante, entretanto, descartou assumir a equipe no momento.
“Tive uma conversa com o Vavá, trabalhamos juntos no Paraná em 2000. Recebi uma sondagem, ele pediu para eu pensar. Mas falei que, no momento, não”, explicou o campeão brasileiro pelo rival Atlético, em 2001.