Paraná não montou base no 1.º semestre

Ao longo do primeiro quadrimestre – entre Campeonato Paranaense e Copa do Brasil – o Paraná Clube disputou 25 jogos. Neste período, lançou mão de 36 jogadores. Mesmo contando com alguns jogadores de renome, como o meia Lenílson, o Tricolor não conseguiu uma identidade para o seu time. Nem Paulo Comelli, tampouco Wagner Velloso obtiveram sucesso na montagem de um time identificado com o seu torcedor. Talvez o volante Agenor, mais pela raça do que pela técnica, tenha sido um dos raros destaques do time.

O jogador, que chegara ao clube no ano anterior, foi também o que mais atuou ao longo dessas competições, com 23 participações, sendo 22 delas como titular absoluto da cabeça-de-área. O clube, por conta desses números, faria o possível para segurá-lo visando à disputa do Brasileiro. Esforço em vão, diante da intransigência do “dono” do Brasiliense, o senador cassado Luís Estêvão. Nas demais posições, o que mais se viu foi uma inconstância profunda, com os treinadores tentando encontrar soluções com o material humano de que dispunham.

Talvez o melhor exemplo dessa dificuldade esteja resumido nas seguidas alterações efetuadas na meta tricolor. O Paraná tentou Felipe (hoje no Santos), Ney e depois Rodolfo. Nem com experiência, tampouco juventude, o Tricolor deu jeito para a camisa 1. Ainda mais num clube que sempre primou por lançar mão de atletas de qualidade neste setor, como o pentacampeão Régis e o “pantera” Flávio.

Resultado dessa inconstância: 39 gols sofridos, média de 1,56 gol/jogo. Um modesto quinto lugar no Paranaense e a eliminação na Copa do Brasil ainda na segunda fase do torneio. Independente do esquema tático (dois ou três zagueiros), em momento algum o Tricolor foi um time confiável, capaz de fazer seu torcedor imaginar uma melhor sorte nas competições. Pior do que isso, criou-se uma desconfiança geral em relação ao principal objetivo do clube no ano: a volta à primeira divisão nacional.

Tanto que metade do grupo sequer emplacou a largada da Série B. Outras apostas também ficariam à margem do processo, depois de um desempenho muito frágil do Tricolor, relembrando campanhas pífias como as do início da década, quando esteve a pique de ser rebaixado no certame estadual (isso ocorreu em 2003, 2004 e 2005). Apesar do esforço interno, o Paraná não conseguiu colocar no mercado uma grande revelação, ficando sem opções para a entrada de novos recursos financeiros. Rodolfo, Elvis e Bruninho, ao que tudo indica, terão nova oportunidade a partir do próximo mês e continuam sendo as principais apostas dos dirigentes.