Paraná não consegue unanimidade com times do interior

Com dois dissidentes, e outros dois clubes contrários à mudanças, as chances de antecipação da Divisão de Acesso caíram por terra. Sem uma proposta financeira concreta de qualquer emissora de TV, o Paraná Clube recorreu à única argumentação que lhe restou: a dificuldade de se encaixar os jogos da Segundona paranaense em meio à disputa da Série B do Brasileiro. Nas projeções tricolores, caso a competição estadual tenha seu início confirmado para a segunda quinzena de maio, será impossível a sua disputa em apenas três meses.

Júnior Team (Londrina) e Grêmio Metropolitano (Maringá) sequer enviaram representantes à reunião de ontem, na sede da Kennedy. Entre os representantes, não houve também unanimidade. Os dois times de Cascavel -Cascavel FC e Cascavel CR – também se posicionaram contrários à alteração, caso não haja uma contrapartida financeira. “Na verdade, em todos esses encontros, este foi o tema recorrente: a dificuldade de todos em arcar com taxas de arbitragem, transferências e despesas de viagem”, lembrou o presidente do conselho deliberativo do Paraná, Benedito Barboza.

A solução imediata encontrada ontem foi a elaboração de um documento onde os clubes manifestaram o desejo de que a Federação Paranaense de Futebol marque com urgência o conselho arbitral da Divisão de Acesso. Na reunião, agora com caráter oficial, colocar-se-ia novamente em questão a possibilidade da antecipação do torneio para o mês de março. Porém, até mesmo essa tentativa poderá “dar na trave”. A FPF entra em recesso de vinte dias a partir da próxima quinta-feira, reabrindo somente no dia 5 de janeiro.

Assim, está inviabilizada a realização da Divisão de Acesso antes da segunda quinzena de março. “Os clubes aqui reunidos, na sua maioria, entendem que seria melhor para a competição a antecipação. Vamos levar essa questão à FPF e esperar que se busque uma fórmula que satisfaça a todos”, disse o presidente do Agex (União da Vitória), Moisés Amaral. Ele será o emissário dos clubes para levar a ata da reunião de ontem ao presidente da federação, Hélio Cury. “Estamos buscando uma solução para o campeonato, pois sabemos que os clubes do interior trabalham com um calendário de apenas três meses”, resumiu o presidente eleito do Tricolor, Rubens Bohlen.

O Paraná não pretende recorrer à ações judiciais, mas quer que a legislação seja respeitada. “O Paraná não pode, porque está na Segundona, ser penalizado duplamente. A lei, que exige intervalo de 66 horas entre dois jogos oficiais, deverá ser cumprida”, concluiu Barboza.