Paraná está mais perto da terceirona

O Paraná Clube tenta uma “tática de guerra” para se livrar de novo rebaixamento. Para isso, tentará armar às pressas um “novo exército”. Após oito meses e 48 jogos disputados entre Paranaense, Copa do Brasil e Série B o Tricolor não tem um grupo constituído, um time formado e tampouco um padrão de jogo. Reflexo dos maus resultados e de três mudanças no comando técnico. No entra e sai de atletas e treinadores, o clube segue sem identidade e com desempenho medíocre, a caminho da Série C.

Para tentar frear essa queda livre, restou ao Paraná a última tacada: trazer os reforços solicitados pelo técnico Paulo Comelli e torcer para que em apenas dezenove jogos o quadro seja modificado. Uma reformulação cara e que obrigará o clube a modificar suas diretrizes. Se num passado recente a opção foi pela economia, o Tricolor agora terá que gastar além daquilo que pretendia (ou daquilo que possui) para evitar o pior. Todos têm a plena consciência de que nova queda seria desastrosa para todos os segmentos do clube.

Paulo Comelli pediu sete novas peças e nos próximos dias pelo menos três contratações devem ser concluídas. Durante todo o fim de semana, os dirigentes procuraram contatos em várias frentes. É certo que a primeira preocupação do clube é com o gol. Após tentar a sorte com Gabriel e Fabiano Heves, o Paraná decidiu partir para a contratação de um goleiro experiente, capaz de suportar esse momento de pressão que se instalou no clube. Afinal, o time tem uma das defesas mais vazadas da Segundona, com 29 gols sofridos.

“Precisamos de um jogador mais experiente para essa posição”, afirmou Comelli, logo após seu terceiro jogo à frente do time (com três derrotas). Na análise feita pelo treinador, o Paraná carece de mais um jogador por setor, para pensar em mudar a sorte na competição. “Falta um turno inteiro. Então, não dá para jogar a toalha. Mas, é claro que do jeito que está não dá pra ficar”, afirmou Comelli, admitindo que a fragilidade apresentada até aqui não se resume ao visível abatimento emocional do elenco.

O técnico, apesar das restrições do mercado, indicou alguns nomes à diretoria e nos últimos dias o trabalho nos bastidores foi intenso. “Não vamos falar nada até que tenhamos soluções para essa crise. Não adianta ficar dando explicações”, resumiu o diretor de futebol Paulo Welter. Ele, o presidente Aurival Correia e o gerente Beto Amorim ficaram quase que “incomunicáveis” neste fim de semana, tentando definir os nomes pretendidos para mudar a sorte do Tricolor na Série B.

Diante disso, a esperada lista de dispensas ficou em segundo plano. É bem provável que os jogadores afastados só sejam conhecidos “a conta-gotas”, quando cada um tiver definido o acerto financeiro para a rescisão contratual. Porém, com o início do returno programado para a próxima sexta, quando o Paraná encara o Avaí, em Florianópolis, será difícil não perceber com quais jogadores Comelli pretenderá contar nessa batalha, onde o único prêmio será a permanência na segunda divisão.