Paraná Clube sofre para poder montar um time razoável

A indefinição em transações só aumenta o receio do torcedor tricolor. Principalmente após a desastrada estréia no Brasileirão. A derrota para o Goiás só tornou mais evidente a carência de qualidade no elenco do Paraná Clube. Nos bastidores, os dirigentes buscam com urgência pelo menos mais quatro jogadores com potencial para vestir a camisa titular da equipe. Isso, contando que outros três reforços já chegaram e podem atuar no próximo sábado, contra o São Paulo, no Morumbi.

Pouco mais de um mês já se passou desde o término do estadual (para o Tricolor) e até aqui, na prática, o clube trouxe apenas quatro jogadores. Destes, somente o atacante André Dias atuou na primeira rodada. Parral ainda está no departamento médico e Daniel Marques e Borges dependem de registro junto à CBF. Como em anos anteriores, o clube esbarra na falta de recursos para grandes investimentos e as negociações se arrastam por semanas sem definição. O imbróglio com o Ituano é só um exemplo desse quadro pouco animador.

Mesmo com o aporte econômico da LA Sports, contratações vão sendo descartadas a cada dia, deixando a comissão técnica refém de um elenco composto por apenas 21 jogadores, sendo dezessete destes remanescentes do estadual. Até o momento, o técnico Lori Sandri não fez críticas a esta fase de indefinições. O início da competição pode determinar uma mudança de atitude. Afinal, o próprio treinador deixou claro que o Paraná precisaria ?armazenar gordura? nas primeiras rodadas do Brasileiro. No sábado passado, nem mesmo diante de um adversário descaracterizado o Tricolor conseguiu largar com vitória.

A rigor, o Paraná ainda necessita de um zagueiro e de um novo meio-de-campo. Além de contratar, terá que torcer para que este novo time consiga o ?encaixe? necessário para uma disputa de Série A. É só lembrar que o Ituano – visto como a maior fonte de recursos – não passou de um oitavo lugar no Campeonato paulista e na Série B largou com derrota para o Vila Nova, em Goiânia. A situação se torna mais dramática à medida que o tempo passa, pois fica evidente o sacrífício do clube para contratar reforços medianos do interior paulista. E se esses jogadores não emplacarem?

No ano passado, por exemplo, o Paraná trouxe Maranhão, Carlinhos, Fernando e Wellington Paulista, todos eles de São Paulo, e a resposta técnica ficou muito aquém do esperado. À exceção de Wellington (primeiro nome de uma nova ?lista negra? que já circula na Vila Capanema) todos foram dispensados ao longo do Brasileiro-2004, num contraponto de Cristian, Marcel, Axel e Beto, outros paulistas que deram retorno técnico e financeiro ao clube. O problema maior, no momento, é que o acerto de 50% nas contratações é pouco diante da fragilidade do Tricolor.

Dois na alça de mira

Hoje pode ser o Dia D para a definição de dois novos reforços. O Tricolor pode fechar com o zagueiro Aderaldo e com o meia Joelson, ambos do Ituano. A diretoria, dependendo dos contatos mantidos desde ontem à noite, pode viajar para Itu para definir estas transações, pois com os jogadores as bases salariais já estão acertadas.

O clube paulista, de onde o Paraná já trouxe jogadores como Pierre, Caio e, mais recentemente, Cristian (hoje no Palmeiras), tem outros jogadores que estão nos planos do diretor de futebol Durval Lara Ribeiro, como os volantes Pierre e Wilson Matias e o meia Juliano. O obstáculo maior fica por conta das exigências do empresário Oliveira Júnior, ?dono? do time de Itu.

O Tricolor ainda tenta viabilizar a contratação do meia Richarlyson, do Santo André. O jogador, filho do ex-coxa Lela, é destaque do time do ABC paulista, que disputa a segundona e a Copa Libertadores da América. ?Não citamos nomes enquanto as negociações não estiverem fechadas?, afirmou Vavá. ?Mas, trata-se de um grande jogador?, finalizou. Para chegar ao número ideal de 28 atletas no grupo, o Paraná ainda precisa definir sete contratações. Esse número tende a subir, na medida em que dispensas inevitáveis sejam oficializadas.

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