A missão do técnico Pintado não será fácil. A partir de hoje, terá apenas três dias para arrumar a casa. Mais do que isso: este é o tempo que terá para encontrar uma fórmula capaz de tornar o Paraná Clube mais contundente nos jogos realizados na Vila Capanema. Até aqui, nesta temporada, atuar em casa tem sido sinônimo de dificuldades para o Tricolor. Foram apenas 12 vitórias, em 23 jogos realizados, entre Paranaense, Libertadores e Brasileiro.
O aproveitamento inferior a 60% – e deslizes em momentos decisivos – resulta em um retrospecto preocupante. Ainda mais em momentos decisivos. Reflexo de um time programado para contra-atacar? Talvez. Afinal, é inegável que a velocidade de seus atacantes vem sendo, ao longo da temporada, a principal arma do Paraná. Uma característica que ficou evidenciada logo na primeira decisão do ano. Frente ao Cobreloa, pela Libertadores, em janeiro, foi em Calama que o Tricolor garantiu classificação, numa vitória por 2×0.
Na sua primeira incursão na competição continental, o Tricolor teve um rendimento de apenas 46,67% jogando em casa. Foram duas derrotas -para Flamengo e Libertad – que ofuscaram parcialmente a campanha da equipe. O aproveitamento foi melhor no Paranaense (69,23%), mesmo tendo recorrido muitas vezes a um time reserva. Porém, nos momentos do ?vamos ver?, novamente o Paraná travou no seu reduto. Só empatou com o Atlético – e teve que buscar na Baixada a sua classificação -, nas semifinais, e deixou o título escapar diante do Paranavaí, em novo empate sem gols, na finalíssima.
Após começar o Brasileiro goleando o Grêmio, dava sinais de que o time assumia um novo estilo. Com maior volume de jogo pelas alas – a partir do 3-5-2 – o Paraná arrancou com rendimento de 100% nas três primeiras rodadas. Mas, a seqüência de deslizes no Durival Britto compromete o desempenho do Tricolor. Mesmo prejudicado pela arbitragem, não fez por onde vencer o São Paulo. A partir daí, conquistou apenas 4 dos 9 pontos que disputou na Vila. Justamente num momento em que se projetava a possibilidade de se chegar à ponta da tabela, diante de uma seqüência teoricamente favorável.
Com quatro jogos em casa e apenas um fora, a expectativa era por um ?salto de qualidade?, capaz de levar o Paraná até à liderança do Brasileiro. Ainda mais diante do que vinham mostrando os jogadores de frente, em especial o artilheiro Josiel. Pois, nesses jogos, o Tricolor patinou, caiu de rendimento e de posição e agora tem apenas um jogoem casa – frente ao Figueirense, quinta-feira, às 20h30 – para tentar voltar à zona de classificação à Libertadores.