Paraná Clube não vence no Couto há 14 anos

O Paraná Clube encara, neste sábado, um tabu de 14 anos. A última vitória sobre o Coritiba, no Couto Pereira, ocorreu no dia 28 de julho de 1996. Naquela tarde de domingo, com mais de 30 mil torcedores no estádio, o Tricolor fez 1×0, com Ricardinho, e garantiu a festa do tetracampeonato estadual.

Vice-presidente de futebol à época, Paulo César Silva ainda recorda de detalhes daquelas finais, onde o Paraná conseguiu reverter a vantagem inicial do rival e levantar o quinto caneco paranaense de sua história.

“O Coritiba tinha o mando do jogo de volta, mas, fizemos um trabalho motivacional muito forte. Revertemos tudo naquele primeiro jogo, no Pinheirão”, recorda Paulão, que retornou ao clube recentemente, agora como assessor do futebol. “Particularmente, eu tinha um ótimo entrosamento com o Antônio Lopes. Lembro que comentei: quando o ônibus passar do viaduto, eles (os coxas) vão começar a tremer. Ele usou isso na preleção e fizemos 2×0, com sobras. Poderia ter sido de mais”, disse.

Quatro dias depois, o Tricolor confirmaria o título, encarando um Couto Pereira lotado. “Foi a vitória da união. Nosso time era muito bom”, comentou Paulão. “Ainda recordo cada detalhe daquele jogo. É claro, em especial, do gol do Ricardinho. Ali, a gente já comemorava mais um título”.

O gol em questão foi assinalado aos 43 minutos do 2º tempo, quando o Paraná já tinha um jogador a mais em campo e só esperava o apito final do árbitro. Ricardinho saiu do banco de reservas para aproveitar lançamento de Paulo Miranda e conferir a vitória. A última do Tricolor no Alto da Glória.

Paulo César Silva traça alguns comparativos entre aquele momento e o atual. “Hoje, temos um time guerreiro e muito aplicado. Isso ficou evidenciado nas últimas partidas. Por conta desse espírito, conseguimos essa reação”, destacou.

“Respeitamos o Coritiba, mas sem temê-los”. Para Paulão, porém, o momento faz do Coritiba favorito. “Só que isso não é garantia de vitória”, alerta. O novo astral que tomou conta do clube tem como referência a presença de garotos da base (Henrique e Kelvin).

Há 14 anos, o Tricolor tinha em suas fileiras Tcheco, Paulo Miranda e Ricardinho, então apenas mais uma promessa, que seis anos depois viria a ser campeão mundial com a Seleção Brasileira.

O tabu atual envolve nada menos do que 22 jogos. Entre Paranaense, Sul-Brasileira e Série A, o Coritiba computa 16 vitórias, com outros seis empates. São 40 gols marcados pelo Alviverde, contra apenas 20 do Tricolor.

“Hoje, como lá atrás, saímos de um momento delicado e demos a volta por cima. Por que não repetir isso? A história vale para a nossa memória, nos ensina, mas não decide jogos. Pelo momento dos times, vamos ter um grande jogo. E, posso assegurar: o Paraná está pronto para disputar um grande clássico”, arrematou Paulão.