Paraná apresenta dois reforços vindos da Adap

Em meio à apresentação dos dois reforços vindos da Adap, a diretoria anunciou a contratação de outro destaque do Campeonato Paranaense.

A necessidade de maiores opções ofensivas – em especial um atacante de velocidade – fez o Tricolor acertar com Cristiano, 24 anos, que disputou o estadual pelo J. Malucelli. O jogador faz exames pela manhã e será apresentado na seqüência. Ele vem por empréstimo até o fim do ano, com percentual estabelecido no casode futuras transações.

Foi desta mesma forma o acerto com a equipe de Campo Mourão, que cedeu o ala-direito Angelo e o volante Batista. Os dois já começaram a trabalhar no novo clube e estarão à disposição da comissão técnica a partir da segunda rodada, quando o Tricolor recebe o Botafogo.

A questão envolvendo Felipe Alves – com quem o Tricolor já definiu bases salariais – ainda está sendo ajustada junto ao presidente da Adap, Adílson Batista.

Angelo, 21 anos, natural de Campo Mourão e ídolo local, teve toda a sua formação no Atlético. Ficou no rival rubro-negro por quatro anos. ?Quando faltavam seis meses para estourar minha idade de júnior, fui para a Adap?, disse o jogador. ?Sei que estou chegando num grande clube pelo que fiz no interior. Agora, é trabalhar muito para conquistar o meu espaço.? Para Angelo, seu perfil se encaixa perfeitamente ao esquema tático do Tricolor.

?O apoio é o meu forte?, comentou.

Já Batista, 26 anos, se destacou na Adap por sua versatilidade. Segundo volante de origem, ele foi meia-de-criação e também ala-esquerdo ao longo da vitoriosa campanha do time de Campo Mourão. Contratado como opção para o meio-de-campo, garante estar pronto para jogar em outras posições, se Caio assim necessitar. Será a primeira oportunidade de Batista – que já disputou a Série B pelo Mogi-Mirim – na primeira divisão do futebol brasileiro.

Tricolor quer provar que previsões estão erradas e está de olho na Libertadores

Nas últimas quatro edições do Brasileirão, o Paraná Clube tem se notabilizado por derrubar previsões dos ?videntes da bola?. A cada largada de competição, lá está o Tricolor entre os ?favoritos ao rebaixamento?. Não por acaso, é verdade. Com participações pífias nos estaduais e montagem de novos elencos a cada torneio, o Paraná flertou com o descenso algumas vezes. Mas, com bravura, sobreviveu às turbulências e ainda fez campanhas de destaque em 2003 e 2005. Agora, a missão é manter o embalo para brigar sempre na ponta de cima da tabela de classificação.

Com criatividade, o Tricolor vem driblando um orçamento enxuto e que lhe permite um horizonte restrito para investimentos em jogadores de ?primeira linha?. Talvez premido por esta necessidade, o índice de erros em contratações tenha sido tão pequeno nos últimos anos. A política é trazer jogadores jovens, ambiciosos e com potencial técnico. Um trabalho ininterrupto dos integrantes do departamento de futebol, com observadores atentos. Em especial Wil Rodrigues – braço direito de Durval Lara Ribeiro – que passa boa parte dos primeiros meses do ano ?garimpando? o interior paulista.

Foi assim que o Tricolor foi buscar Pierre e Caio (2003), Cristian, Beto e Marcel (2004) e Neto, Daniel Marques, Sandro e Borges (2005), só para citar alguns exemplos. Deslizes são inevitáveis, mas a boa avaliação técnica antes das contratações – sem trazer atletas por DVD – reduziu significativamente os erros e também os gastos do clube. Paralelamente a isso, o Paraná aprimorou suas parcerias gradativamente, trazendo capital externo para reduzir o abismo que ainda o separa das equipes com cotas milionárias.

O Tricolor recebe anualmente da tevê menos de R$ 4 milhões, sendo que as menores cotas dos integrantes do Clube dos 13 giram em torno de R$ 12 milhões. Por isso, acabou rotulado de ?time de aluguel?, onde empresários colocavam sua mercadoria sem que o clube obtivesse lucro futuro. Sistemática que está sendo corrigida pouco a pouco. Hoje, o Paraná detém percentual de todos os jogadores do elenco e

muitos tiveram seus direitos federativos adquiridos através do Grupo de Investimentos (conselheiros que injetam dinheiro na contratação de novos valores) e da L.A. Sports, parceira do clube desde a temporada passada.

Por esses aspectos, para o Brasileirão-2006, o Paraná chega com sua imagem recuperada. O título paranaense conquistado após quase nove anos de jejum garante o moral elevado para uma boa arrancada. Reforços ainda estão chegando – no total, a diretoria pretende fechar este ciclo com nove ?caras novas? em relação ao estadual – e o elenco campeão foi mantido. Com essa filosofia, sustentada pelo G.I.

e pela L.A., o Tricolor estréia amanhã frente ao Juventude em busca de uma campanha sem sustos. Mais do que isso, para os paranistas a meta, agora, é a Libertadores.

Zaga é o ponto forte

Na média, o Paraná Clube possui um bom aproveitamento desde que o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos. Em 2004, chegou a figurar nas últimas colocações, mas fechou a temporada com o 15.º lugar, numa arrancada marcante sob a direção de Paulo Campos. Nos anos ímpares, teve seus melhores índices. Em 2003, apesar das constantes trocas de treinadores – Cuca, Adílson Batista, Edu Marangon e Saulo de Freitas – ficou em 10.º lugar, igualando a sua melhor marca na competição (1993).

No ano passado, sob o comando de Lori Sandri, o Paraná fechou o primeiro turno com a quarta colocação. Apesar da oscilação na transição para Luiz Carlos Barbieri, o Tricolor fechou o ano como o 7.º melhor time do Brasil. O segredo para a boa campanha está evidenciado nos números: a segurança de sua defesa. O paredão formado por Daniel Marques, Marcos e Aderaldo fizeram de Flávio – em fase espetacular – o goleiro menos vazado do Brasileirão-05. A zaga só não foi mais eficiente que a do Internacional, que sofreu 49 gols, contra 51 do Tricolor.

E é na sua defesa – também a menos vazada do último estadual – que o Paraná aposta suas fichas. Émerson dá o toque de experiência ao setor, que conta ainda com o jovem Gustavo e o recém-contratado Edmílson. O técnico Caio Júnior – que substituiu Barbieri após o Paranaense – exalta o equilíbrio do time, que conseguiu mesclar experiência e juventude na dose certa. Flávio, Émerson e Beto comandam o time, deixando o endiabrado Maicosuel e o eficaz Leonardo livres para atacar.

O elenco, porém, é reduzido e necessita de reforços. Para uma competição tão longa é visível a falta momentânea de opções. Algo que está sendo corrigido. O Paraná já fechou com sete reforços – Cuca, Gérson, Edmílson, Angelo, Batista, Felipe Alves e Cristiano – e espera definir mais três nomes até a semana que vem. Isso sem contar Joelson, a maior aposta do Tricolor, que ainda depende de uma liberação judicial para encerrar seu contrato com o Ituano e começar a treinar com o grupo tricolor.

Cozinha modificada pra estréia

O Paraná Clube não terá quatro titulares para o jogo de estréia no Brasileirão, amanhã – às 18h10, em Caxias do Sul -, frente ao Juventude. Além de Flávio, o estreante técnico Caio Júnior não poderá contar com Émerson, Neguete e Maicosuel. Com o setor defensivo quase que totalmente modificado, aposta num meio-de-campo capaz de valorizar a posse de bola para evitar a pressão do adversário. Juventude que é, dentre os rivais nesta Série A, um dos principais algozes do Tricolor.

Em jogos pelo Nacional, o time paranaense tem apenas duas vitórias – contra 7 dos gaúchos – e apenas um resultado positivo no Alfredo Jaconi. Vitória que ocorreu em 1995, no primeiro encontro entre os clubes na primeira divisão. Coincidentemente, foi também contra o Juventude, e na Serra Gaúcha, que o Paraná promoveu a estréia do técnico Luiz Carlos Barbieri. E deu Juventude: 2×0. Agora, é Caio Júnior quem tem a missão de pôr fim a esse jejum e conduzir a equipe a uma estréia com vitória.

Para isso, Caio mantém a mesma estrutura tática. Com um 3-6-1 – esquema com o qual o Tricolor foi campeão paranaense – ele busca uma ocupação do meio-de-campo para não permitir o toque de bola do adversário. Volantes, alas e meias terão que inibir as ações ofensivas do Juventude, evitando assim uma sobrecarga à zaga paranista, que terá João Paulo na função de líbero e João Vítor pelo lado esquerdo. ?A gente perde em experiência, é evidente, mas ganhamos na vitalidade desses dois jovens zagueiros?, comentou o treinador. ?Eles treinaram muito bem?, ressaltou.

A troca de Flávio por Marcos Leandro é encarada com naturalidade pela comissão técnica. ?O Flávio vive um grande momento, mas o Marcos Leandro está bem treinado e pronto para jogar?, assegurou o preparador de goleiros Renato Secco. No último Paranaense, Marcos Leandro atuou apenas no último jogo da fase classificatória, quando o Tricolor derrotou o Toledo por 2×0. ?Vida de goleiro é assim mesmo?, lembrou Renato.

No Brasileiro do ano passado, Marcos Leandro atuou na última rodada, quando Flávio foi expulso, diante do Vasco da Gama.

Na formação do meio-de-campo, Caio chegou a testar o garoto Élton, aumentando o poder de marcação. Mas, decidiu manter Marcelinho.

O autor do gol do título terá a função de organizar as jogadas ofensivas do time, ao lado de Sandro. A dupla ?alimentará? Leonardo, o único atacante de ofício do Tricolor nesta estréia.

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