Brasileirão 2011

Obras para Copa do Mundo 2014 diminuem média de público

Há oito anos, o futebol brasileiro se adequou aos padrões europeus e começou a utilizar os pontos corridos em sua principal competição. Hoje, o torcedor está acostumado com a fórmula, encarando cada partida com sua devida importância e não se motivando apenas na reta final. Mas nos dois primeiros anos em que o campeonato teve esse formato, houve rejeição. Em 2003 e 2004, a média de público não passou de dez mil pessoas, sendo que no segundo ano pouco mais de sete mil torcedores foram aos estádios por jogo.

Depois disso, com o entendimento do funcionamento da competição, as torcidas começaram a ir com mais frequência aos jogos, melhorando significativamente os números. Em 2007, 2008 e 2009, por exemplo, a média oscilou entre 16,7 mil e 17,6 mil. Um crescimento que se aproximou das médias obtidas em meados dos anos 1980, quando em três oportunidades o Campeonato Brasileiro fechou com média superior a 20 mil torcedores por jogo.

De 2010 para cá, no entanto, a presença de público voltou a cair. Foi de 14,8 mil no ano passado e está em 13,8 mil este ano. A razão para essa queda está relacionada à Copa do Mundo de 2014. Estádios importantes do país, grandes aglomeradores de público, estão em reforma para cumprir às exigências da Fifa. Casos do Maracanã e do Mineirão, que não recebem partidas desde o ano passado, quando a boa média de público alcançada começou a cair.

Equipes como Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e Atlético-MG tiveram que sair de suas “casas”, que comportavam aproximadamente 70 mil pessoas, para jogar em estádios para cerca de 20 mil lugares, como o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda; o Cláudio Moacyr de Azevedo, em Macaé, e a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Uma mudança que custou, em alguns casos, queda de público de até 72% em alguns jogos. Entre 2007 e 2009, por exemplo, o Flamengo foi terceiro colocado do campeonato e campeão do Brasileirão com uma média na faixa de 40 mil pessoas por partida.

Isto sem falar em outros exemplos, como os estádios da Fonte Nova e do Castelão, que poderiam receber Bahia e Ceará, respectivamente, mas que também estão fechados para as obras da Copa de 2014. Com isto, os clubes estão jogando em locais de menor porte, que contribuem para a queda na média de público.

Números que não se refletem apenas nos espaços vazios das arquibancadas, mas também nos recursos dos clubes. Com a queda de público de 2009 para 2010, a arrecadação geral caiu 13% também, passando de R$ 122,4 milhões para R$ 109,4 milhões. A tendência é que em 2011 a estatística seja ainda pior. Até o término da 27.ª rodada, somente R$ 67,370 milhões haviam sido arrecadados.

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