O calvário do Atlético continua

A angústia do Atlético continua. Quando tudo se encaminhava para a quebra da sequência de maus resultados, o time sofreu um gol no último minuto do tempo regulamentar, deixou de somar três pontos e de dar um salto na tabela do Campeonato Brasileiro. Com o empate por 1 a 1 diante da Portuguesa (em São Paulo), o clube soma a quinta partida sem vitória na competição e se mantém na 11.ª colocação. O próximo compromisso (e a chance de reabilitação) é contra o Figueirense, quarta-feira, em Florianópolis.

O desentrosamento foi o grande vilão do Atlético no primeiro tempo. Com um novo esquema tático (3-5-2), adotado em caráter de emergência pelo técnico Gílson Nunes, os três zagueiros sentiram a dificuldade por não terem atuado juntos anteriormente no Brasileirão. Era a primeira partida de Gustavo como titular e a estréia de Wellington Paulo na competição. Como nenhum dos três tem a característica de líbero, a confusão de formou e ninguém fixou posição na linha defensiva.

Por sorte dos atleticanos, o ataque da Portuguesa (com Édson Araújo e Alexandre Gaúcho) pecou demais nas conclusões e desperdiçou várias oportunidades de abrir o marcador. O goleiro Flávio também ajudou e fez grandes defesas. Do outro lado, Alex Mineiro comandava o ataque e levava perigo ao gol de Bosco. Dos sete chutes, cinco foram na meta lusitana e obrigaram o goleiro adversário a se desdobrar.

“Está todo mundo correndo, mas infelizmente a bola não está não está entrando”, apontou o atacante Alex Mineiro no intervalo da partida. O zagueiro Gustavo foi na mesma linha. “Se a gente acertar mais um pouquinho, eu tenho certeza que vamos sair vencedores”, disse.

Na linha de frente, os dois acertaram. O time voltou para a segunda etapa mais aceso e pressionando a Portuguesa. Logo no começo, Dagoberto pediu pênalti ao ser derrubado na área. O árbitro mandou seguir o lance. Isso não desanimou o atacante rubro-negro, que continuou tentando furar o bloqueio e acabar com o jejum de gols. Aos 16, exatamente 375 minutos do último tento anotado (de Adriano, contra o Fluminense no dia 25 de setembro), o atacante voltou a brilhar depois de receber a bola, invadir a área e chutar para quebrar a retranca lusitana.

A vantagem no placar facilitou as coisas para o Furacão. A Lusa partiu para cima e deixou os espaços necessários para o contra-ataque do time da Baixada. No entanto, a equipe de Gílson Nunes não soube aproveitar a facilidade. O treinador preferiu segurar o resultado e colocou Alan e Ivan para melhorar a marcação. A tática quase deu certo, mas o castigo veio no finalzinho. Ao apagar das luzes, o árbitro marcou pênalti após André Pinto cair na área. A polêmica se formou, mas não teve jeito. O atacante Édson Araújo cobrou e deixou tudo igual. Com o empate, o Atlético somou a quinta partida seguida sem vitória na competição.

Jogadores e comissão culpam árbitro pelo 1×1

Foi só o árbitro baiano Lourival Dias Lima Filho apitar o final da partida para os jogadores do Atlético o cercarem e reclamarem do pênalti marcado aos 44 minutos do segundo tempo. O time foi unânime em afirmar que André Pinto encenou uma falta dentro da área. “Ele está pipocando para a torcida. Eles fizeram a pressão, ele ficou com medo de apitar o jogo e fez a m…”, desabafou o volante Douglas Silva, supostamente, o autor da falta.

Segundo ele, houve um pênalti para cada lado não marcado anteriormente e, quando não foi, o árbitro teria apitado. “A bola que teria sido pênalti, que bateu na minha mão, ele não marcou. Esse último lance, que não foi pênalti, ele marcou”, explicou. Já o técnico Gílson Nunes lamentou a atuação do árbitro em campo. “Não foi uma arbitragem de convicção, se deixou envolver pela pressão e culminou que deu um pênalti, que não existiu”, atirou.

Para o treinador, o time merecia a vitória. “Era um jogo em que nós poderíamos ter saído com um resultado melhor. Eu fico triste pelo trabalho e esforço dos rapazes”, aponta. Para o zagueiro Wellington Paulo, o time desperdiçou muitas chances de matar a partida. “A equipe jogou bem e fomos prejudicados pelo juiz. Mas, é isso aí, vamos trabalhar e a torcida do Atlético pode ter certeza de que nós vamos sair dessa situação”, finalizou.

O próximo confronto pelo Campeonato Brasileiro será contra o Figueirense, na quarta-feira, em Florianópolis. Para esta partida, o técnico não poderá contar com o volante Douglas Silva, que tomou o terceiro cartão amarelo na partida de ontem. Em compensação, Nunes terá as voltas do atacante Kléber, do volante Cocito e do zagueiro Rogério Correia. Hoje à tarde, o grupo se apresenta no CT do Caju e já começa a trabalhar para a partida em Santa Catarina.

Voltar ao topo