Parças no futivôlei

Netinho e Gustavo aprimoram entrosamento em treinos

O futevôlei sempre foi um esporte aprovado pelos boleiros. No Rio de Janeiro, Romário, Edmundo e Renato Gaúcho normalmente eram vistos batendo uma bolinha na areia nas folgas. Mas em Curitiba o zagueiro Gustavo Lazzaretti e o meia Netinho, ambos do J. Malucelli, levaram a sério o esporte e disputaram até campeonatos.

Tudo começou com o objetivo de se recuperar de lesão. O primeiro a se aventurar foi Gustavo. Em agosto de 2013, quando defendia a Ponte Preta, ele sofreu um problema de cartilagem no joelho direito. Abandonado pelo clube de Campinas, ele fez o tratamento no Corinthians, onde na reta final da recuperação conheceu o futevôlei. “Eu comecei a jogar futevôlei na metade do ano passado, na fase final da minha reabilitação da minha lesão que eu tratei no Corinthians. Me interessei pelo esporte e quando voltei para Curitiba enquanto não aparecia uma oportunidade de voltar ao futebol eu comecei a usar o futevôlei como uma forma de esporte, de fortalecer a musculatura”, disse ele.

Porém, para continuar no esporte, era preciso formar uma dupla. Foi aí que Netinho surgiu na história. Os dois se tornaram amigos na época em que jogaram juntos no Atlético. Como o meia já havia praticado o futevôlei, a parceria foi formada. “Sempre mantive contato com o Netinho, apresentei ele a uma turma com quem eu jogava, começamos a gostar de jogar juntos, era divertido, e um dia resolvemos jogar um campeonato”, explicou Gustavo.

“Eu estava parado, sem clube e achei que era uma alternativa de manter a forma, dá uma certa habilidade, porque o jogo pede noção de espaço, a areia fofa faz você treinar esforço, salto, são alguns treinamentos parecidos com o futebol”, lembrou Netinho, que também teve um problema no joelho, em 2014.

Com o passar do tempo, a dupla foi se entrosando e participaram juntos de duas etapas do 1º Circuito Open de Futevôlei de Curitiba, na categoria intermediária – segunda categoria do esporte, abaixo apenas da principal. E os resultados, como foram? “A gente aprendeu bastante. O nível é muito bom, tínhamos uma noção por sermos jogadores de futebol, mas o futevôlei é diferente. Normalmente saíamos na primeira fase”, disse Netinho.

“É muito diferente o esporte. Estávamos no começo, jogamos contra um pessoal experiente e até que incomodamos um pouco. Mas não terminamos nem entre os oito primeiros”, acrescentou Gustavo.

A dupla também jogou contra outros jogadores, como o meia Dinelson, que defendeu o Paraná e o Coritiba, e o ex-zagueiro Gustavo, campeão brasileiro de 2001 pelo Atlético. Contra o meia, Gustavo e Netinho venceram, mas contra o ex-xerife atleticano veio a derrota.

Jotinha é a sensação do Paranaense

Sensação do Campeonato Paranaense nestas primeiras rodadas, o J. Malucelli já começa a chamar a atenção dos adversários. Com três vitórias e um empate, com oito gols marcados e apenas um sofrido, o time é o líder do Estadual, com dez pontos, e, de quebra, vem tendo boas atuações.

A fórmula para este sucesso no início da temporada está no próprio elenco. Um grupo que praticamente tem em seu DNA o futebol paranaense. Dos 30 jogadores da equipe, 16 já atuaram por Atlético, Coritiba, Paraná e clubes do interior. Entre eles, muitas caras conhecidas do torcedor curitibano, casos do volante Camargo, que atuou pelo Tricolor, do lateral-esquerdo Fabinho, com passagens também pelo Paraná e pelo Coxa, o zagueiro Gustavo Lazzaretti e o meia Netinho, ex-Furacão, os zagueiros Alex Fraga, que também atuou pelo Rubro-Negro, e Leandro Silva, que no passado jogou pelo Paraná e pelo Atlético, e o atacante Bruno Batata, com uma rápida passagem pelo Alviverde, entre outros.

Média de idade

A média de idade do elenco não é alta – 24,4 anos -, uma vez que os mais velhos são Gustavo e Fabinho, com 31 anos, mas a experiência que o grupo tem no Paranaense é que vem fazendo a diferença. “Jogadores que pa,ssaram por Paraná, Atlético, Coritiba e nos times do interior são acostumados a jogar esse campeonato, conhecem os jogadores dos adversários, e isso é positivo. A diretoria foi feliz em reunir esses jogadores com essa experiência. Não é um time velho, mas muito experiente”, acredita Netinho.

Comissão técnica

Para comandar toda essa legião de ‘experts’, era preciso uma comissão técnica que conhecesse bem o material que teria em mãos. Para isso, nada melhor que também trazer figurinhas carimbadas daqui. O técnico é Ary Marques, que recentemente comandou o Cuiabá-MT, mas que anteriormente trabalhou durante anos no Paraná. Seu auxiliar é Milton do Ó, ex-zagueiro do Tricolor e do Atlético e que trabalhou na base paranista. Outro ex-paranista é Marcos Walczak, preparador físico do clube. ‘A montagem (do elenco) foi feita por toda a comissão técnica. Todo mundo participou, ajudou, alguns já estavam no clube, outros voltaram e o grupo está indo bem’, destacou o treinador.

No Jotinha desde 2007, entre idas e vindas por empréstimo, Bruno Batata disputou vários Paranaenses pela equipe e acredita que o atual grupo está bem reforçado. “O pessoal que trabalha aqui soube reforçar muito bem. Foi mantida a base do ano passado e vieram reforços pontuais. A tendência é que possamos ir melhor do que no ano passado”, disse o atacante.