Nalbert perto do seu terceiro título mundial

Além da possibilidade de abocanhar um título inédito para o Brasil, o de campeão mundial, o capitão da seleção brasileira masculina de vôlei pode entrar para a história por uma conquista pessoal, que, segundo ele, não consta no currículo de nenhum outro atleta do planeta.

Se o Brasil subir ao lugar mais alto do pódio, domingo, às 18h30, no Luna Park, em Buenos Aires, Nalbert será campeão mundial nas categorias adulto (2002), com 28 anos, juvenil (1993), quando tinha 19 anos, e infanto-juvenil (1991), aos 17.   

?Se acontecer, será especial demais. Tipo serviço completo, sabe??, brinca. ?Será a realização de sonho porque desde 1998, no Japão  perseguia essa marca e, é lógico, o título para o Brasil?, comentou o capitão da seleção brasileira. Em 1998, a seleção brasileira terminou na quarta colocação.

Nalbert explica como chegou a este veredicto – raciocínio bastante simples e lógico: o Campeonato Mundial infanto-juvenil é disputado desde 1989, a cada dois anos. De 1989 para cá, foram realizados três mundiais adultos (1990, 1994 e 1998) e a Itália venceu todos. Mas os italianos não têm o título juvenil (venceram o infanto-juvenil de 1999).  

?Tudo isso é muito legal, mas ainda não ganhamos o título. Não gosto de cantar vitória antes do tempo, o que posso dizer é que a gente quer muito mais do que a prata.?   

Cada façanha teve importância diferente. Em 1991, em Portugal, Nalbert estreava na seleção brasileira e além da medalha de ouro  ganhou o prêmio de melhor jogador da competição. ?Foi a minha primeira camisa da seleção e por isso muito importante. A partir daí tive a certeza que seria um jogador de vôlei profissional.? E era apenas o começo. Nalbert, um dos jogadores mais completos do mundo – ataca em várias posições da quadra, tem saque viagem forte, defende e passa muito bem.

O bloqueio é o fundamento que tem menos eficiência -, consagrou-se campeão mundial juvenil em 1993, justamente na Argentina, no ginásio Luna Park. ?Na época também foi um título inédito para a categoria?, comenta o atleta que no mesmo ano chegaria ao time adulto – disputou a Copa dos Campeões, no fim do ano, quando ficou com a prata.

E o Mundial desse ano? O capitão da seleção, o mais simpático e inteligente, celebra sua superação e a ótima campanha do time – quando o Brasil derrotou a Iugoslávia, na semifinal, ele explodiu de alegria e saiu correndo pela quadra. Disse que se não tivesse parede no ginásio, seguiria correndo… Teve temporada apática no Panasonic, no Japão – voltou rapidinho para a Itália, onde defenderá o Macerata.  

E pela primeira vez na carreira conviveu com contusões seguidas que interromperam fases de treinamento na seleção. ?Tive tendinite nos dois joelhos. Depois senti dores nas costas, torcicolo e, às vésperas do Mundial, sofri uma ruptura em tendão do ombro esquerdo. Ainda não estou recuperado. Isso quer dizer que se tivesse sido no ombro direito, estaria fora do torneio.?

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