Moro disse que não quis prejudicar o Atlético

O vice-presidente do Coritiba, Domingos Moro, confirmou ontem que utilizou o caso do goleiro Diego, do Atlético Paranaense, como instrumento de defesa do Alviverde. Para tanto, o clube denunciou o arqui-rival, o que resultou em abertura de processo investigativo para o Rubro-Negro.

“Quando se faz a defesa, pode-se envolver terceiros, não querendo necessariamente prejudicá-los”, disse Moro referindo-se à denúncia, que só pôde ser feita porque coincidentemente o Coritiba enfrentou o Atlético no último domingo.

Além do caso do goleiro Diego, Moro garante estar buscando outras falhas em BIDs para usar na defesa do Coritiba junto ao STJD, já que o clube entra amanhã com um recurso na instância superior. “Não podemos reunir como provas, mas no momento da defesa os casos poderão ser citados”. Por isso mesmo, o dirigente até acha interessante que o recurso só seja julgado no dia 20, pois espera que até lá revelem-se outros erros do departamento de registros. Como os julgamentos no STJD acontecem apenas às quintas-feiras, dificilmente o clube entrará na pauta do dia 13.

Na reunião de provas a serem citadas no “dia D”, o Coritiba conseguiu ontem um importante trunfo. Na última segunda-feira, parte da comitiva alviverde passou a tarde no departamento de registros da CBF em busca de referências a Ataliba – a CBF alega que não recebeu da Federação Paranaense de Futebol o aditivo de renovação contratual de Ataliba. Os documentos, entretanto, só foram encontrados na terça-feira. No histórico do atleta, que tem o primeiro contrato com o Coritiba registrado em 2000, consta a anotação da transferência por término de contrato com o Sport no dia 5 de janeiro deste ano. O ofício registrando a prorrogação de contrato até 31 de dezembro de 2004, entretanto, tem a data de 4 de maio, reflexo do extravio do documento.

Outro ponto de defesa que Moro pretende usar é o fato do nome de Ataliba ter sido incluído no BID sob o número 36. “Se ele nunca tivesse estado no documento, ele teria que ter sido incluído no final da lista, sob o número 55. Por isso defendemos que o nome pode ter sido deletado. Infelizmente, nós erramos ao não perceber isso antes”, concluiu.

Aristizábal critica justiça desportiva

O atacante Aristizábal, conhecido pelo poder de liderança junto ao elenco alviverde, não poupou críticas à decisão da primeira comissão disciplinar, que tirou seis pontos do Coritiba. Mesmo concordando com seus companheiros que o papel dos jogadores continua sendo buscar os resultados em campo, ele foi direto.

“Quando o futebol envolve leis e cartolagem, às vezes complica. Seria muito mais simples se tudo se resolvesse apenas dentro de campo. Se continuar assim, daqui a pouco futebol vai ter que ser jogado no computador”, afirmou com ironia.

Com uma larga experiência no futebol colombiano, Ari disse que apesar do futebol em seu país ter uma importância menor, nunca vivenciou problemas extra-campo como o que o Coritiba vem enfrentando. “Aqui no Brasil o futebol é muito maior e merecia uma organização maior. Mas isso não compete a nós, jogadores”.

Considerado um dos líderes do grupo, Aristizábal garante que o time passará por cima de tudo. “Estamos em evolução dentro da competição e vamos continuar assim”. As palavras positivas do colombiano são fundamentais ao grupo, já que ele é uma referência para o jovem time Coxa. “Sinto-me honrado de ser referência para essa nova geração e procuro dar bom exemplo. Ajudo no que posso, cobro muito mas também elogio. Falo bastante em campo”.

De fato, durante o treino o colombiano faz coro com o técnico Antõnio Lopes, incentivando e dando dura nos companheiros. “Faço isso numa boa, mesmo porque somos todos iguais, parte de um grupo”.

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