Mistério de Felipão pode prosseguir

Mesmo evitando falar de seleção, o técnico Luiz Felipe Scolari deixou escapar nesta quinta-feira, em Porto Alegre, que o mistério sobre seu futuro pode prosseguir além desta sexta-feira, quando tem reunião com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, no Rio de Janeiro. Após visitar as obras do novo Hospital da Criança Santo Antônio, Scolari reconheceu que o carinho popular pode ajudá-lo a tomar sua decisão. ?Mas até amanhã eu tenho que esperar, ou quem sabe mais à frente ainda?, disse, gerando mais um enigma.

Antes de uma rápida entrevista, Scolari advertiu que não estava no complexo hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para falar de futebol. Diante da insistência dos repórteres, repetiu que quer ouvir Teixeira e saber o que o presidente da CBF imagina fazer nos próximos tempos, para só depois definir seu caminho.

Indícios – Para quem acredita na permanência do técnico, a reação irritada de quarta-feira, em Passo Fundo, quando Scolari garantiu que não é um aumento salarial que está em jogo, pode ser sintomática. Na quarta, a Rádio Gaúcha informou que Teixeira vai propor uma redução para os R$ 370 mil que o técnico ganha por mês alegando necessitar adequar-se à nova realidade do futebol brasileiro.  

A entrevista de Passo Fundo poderia ter sido um recado à CBF de que Scolari está disposto a submeter-se às novas regras. Além disso, se o técnico quisesse mesmo sair não precisaria levar o assunto adiante por tanto tempo, bastaria afirmar que estava fora ao final da Copa do Mundo. A entrevista prevista para depois da reunião com Teixeira deve esclarecer os motivos para tanto mistério.

Quem acredita na saída do saída do técnico também tem seus argumentos. Scolari poderia afastar-se da seleção no auge, evitar o desgaste de mais alguns anos no cargo, abrir caminho para dirigir algum clube europeu no ano que vem e até ser chamado de volta em 2006, para a Copa da Alemanha.

Livro – Scolari passou a quinta-feira entre Porto Alegre e Canoas, cidade da região metropolitana onde mora. De manhã doou o cachê de uma palestra que havia feito na Copesul para as obras do Hospital da Criança Santo Antônio. À tarde reuniu-se com o jornalista Ruy Carlos Ostermann para trabalhar no livro no qual contará suas estratégias na Copa do Mundo. O lançamento está previsto para o início de setembro.

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