Ministro italiano pede atraso em amistoso contra o Brasil

Após ter fracassado a ideia de cancelar o amistoso entre Brasil e Itália como forma de protesto contra a decisão do governo brasileiro de dar refúgio político a Cesare Battisti, o ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, pediu na sexta-feira (6) que os jogadores de seu país atrasem em cinco minutos sua entrada em campo.

Desde que foi concedido o status de refugiado político a Battisti, no último dia 13, políticos italianos criticam o Brasil e pedem a extradição do ex-militante, condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos ocorridos no fim da década de 1970.

“Eu apoiei o pedido de suspensão do amistoso entre Itália e Brasil para mostrar a milhões de pessoas que o problema existe e que não esquecemos dele”, lembrou La Russa, em uma entrevista coletiva concedida em Munique, na Alemanha, onde participa da 45ª Conferência Mundial sobre Segurança.

Para o ministro, o atraso de cinco minutos no início da partida, que ocorre em Londres na próxima terça-feira, fará com que os canais de televisão de todo o mundo que transmitirão o jogo ao vivo tenham de explicar o motivo do gesto dos italianos.

Ele revelou que discutirá a ideia com o presidente do canal italiano RAI, que transmitirá o jogo. . La Russa revelou também ter conversado com o presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete, sobre a possibilidade de os jogadores italianos iniciaram a partida com um sinal de luto no braço, mas o cartola negou o pedido.

Cesare Battisti, hoje com 54 anos, é o pivô de uma grave crise diplomática entre Brasil e Itália que está prestes a completar um mês. Dentre as inúmeras manifestações de protesto promovidas contra a decisão do governo brasileiro, lideranças políticas italianas chegaram a pedir o cancelamento do amistoso da próxima terça-feira.

O caso tramita agora no Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá decidir se o italiano será extraditado ou se permanecerá no Brasil, neste caso sob o status de refugiado político.