Ao que tudo indica, o novo técnico do Atlético, que terá a missão de conduzir a equipe para a fase de grupos da Libertadores da América deste ano, será mesmo estrangeiro. O espanhol Miguel Ángel Portugal, de 58 anos, campeão do torneio clausura do Campeonato Boliviano do ano passado, será o terceiro profissional de outro país que vai comandar a equipe e deve ser anunciado nos próximos dias como novo treinador atleticano para a temporada de 2014. Ele deve trazer um auxiliar técnico e um preparador físico.
Dias depois de se desligar do seu ex-clube, a imprensa boliviana noticiou a chegada de Miguel Ángel Portugal a Curitiba e deu como certa a sua contratação pelo Atlético. Os noticiários da Bolívia comentaram ainda que Miguel se adequou à realidade financeira do time atleticano diante do inflacionado mercado brasileiro. Portugal deve chegar amanhã em Curitiba e ser apresentado pela diretoria na segunda-feira.
Além da boa campanha que fez no Bolívar e de conhecer o presidente Mário Celso Petraglia, o futuro treinador atleticano chega credenciado por ser um estudioso do futebol. Portugal coleciona passagens por Real Madrid, onde foi diretor de futebol, e já escreveu dois livros sobre tática e treinamento de futebol.
Histórico
Esta será a terceira vez na história do Atlético que um treinador estrangeiro vai comandar o time. Assim, Miguel Ángel Portugal chegará ao clube com um tabu importante a ser quebrado: ser o primeiro técnico gringo a vingar. Mais do que isso, o espanhol terá que transpor as barreiras que o cargo lhe trará para comandar o time à beira do campo, como a comunicação com os jogadores. Este foi um dos principais obstáculos enfrentados pelo alemão Lothar Matthaus, em 2006. Além disso, a dificuldade de adaptação longe da família, fizeram o treinador deixar o clube depois de oito jogos com o bom aproveitamento de 83%.
Em 2012, foi a vez do uruguaio Juan Ramón Carrasco comandar o Atlético. Mesmo com pouco mais de cinco meses no cargo, ele foi demitido após um início irregular na Série B, no início de junho daquele ano. Mesmo assim, Carrasco deixou o clube com o bom rendimento de 68% entre duelos pelo Paranaense, Copa do Brasil e Segunda Divisão.
Comunicação
Entretanto, a principal dificuldade encontrada do uruguaio foi a diferença no estilo de jogo do futebol brasileiro, outro desafio que Miguel Ángel Portugal terá que se adaptar. Carrasco foi duramente criticado pelas improvisações constantes que fez. A principal delas foi quando colocou o zagueiro Manoel de atacante em um duelo pelo Paranaense.