Michael Johnson defende penas mais duras para doping

Um dos maiores atletas de todos os tempos, o norte-americano Michael Johnson defendeu nesta quarta-feira, durante fórum internacional realizado no Rio, punições mais rigorosas para atletas que se utilizam de substâncias proibidas para melhorar o desempenho. Ele disse que as suspensões para os flagrados em casos de doping deveriam ser de no mínimo quatro anos e sugeriu que os punidos passassem depois a competir com uma seringa acoplada ao uniforme. “Temos de erradicar o doping do atletismo, do esporte, assim como temos de eliminar todo e qualquer crime da sociedade”, disse o astro já aposentado.

Michael Johnson falou sobre o tema ao lamentar o doping, revelado em julho, do velocista norte-americano Tyson Gay, que fez uso de um esteroide proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), o que deve lhe custar dois anos de suspensão, a pena máxima prevista pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF). “Eu devo tudo ao atletismo, mas eu fico muito satisfeito quando alguém é pego cometendo essa ilegalidade, que mancha o esporte”, declarou o ex-atleta de 45 anos,, num talk show realizado na sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), já no início da noite desta quarta-feira.

Ele encerrou o primeiro dia do Fórum Internacional sobre Esportes de Elite, que continua nesta quinta-feira no COB. E respondeu a perguntas do diretor executivo de esportes do COB, Marcus Vinicius Freire, e de alguns representantes de comitês olímpicos de outros países. Além de ter conquistado quatro medalhas de ouro olímpicas, Michael Johnson foi campeão do mundo de atletismo nove vezes. Consagrou-se por ser o primeiro homem a vencer os 200 e os 400 metros na mesma Olimpíada, a de 1996, em Seul. E manteve por 12 anos o recorde mundial dos 200 metros (de 1996 a 2008) – acabou superado pelo jamaicano Usain Bolt.

Ao falar sobre o nome mais famoso do atletismo atualmente, Michael Johnson disse que Bolt faz parte de uma geração independente de velocistas da Jamaica. “De seis, sete anos para cá, os jamaicanos passaram a investir mais na capacitação de seus técnicos e demais profissionais e os próprios atletas começaram a rejeitar um intercâmbio maior com os Estados Unidos por causa de diferenças culturais. Isso acabou trazendo ótimos resultados para a Jamaica. O Bolt não foi desenvolvido nos Estados Unidos. Foi lá mesmo no país dele”, explicou.

O fórum começou mais cedo, nesta quarta-feira, com uma palestra do técnico de vôlei Bernardo Rezende, o Bernardinho. Ele contou em 1 hora e 15 minutos como o vôlei brasileiro alcançou nível de excelência reconhecido no mundo inteiro.

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