Maicosuel dá a vitória ao Paraná em Paranaguá

Sobrou lama e faltou futebol na primeira partida da semifinal entre Rio Branco e Paraná, ontem à tarde, no Estádio Nelson Medrado Dias, em Paranaguá. Só que o Tricolor aproveitou melhor as chances que teve e venceu por 2 a 1. Independentemente do resultado do jogo de volta, na próxima quarta-feira, no Estádio Pinheirão, o Paraná – que joga pelo empate para ir à final do Campeonato Paranaense – já garantiu vaga na Copa do Brasil do ano que vem.

Encharcado, o gramado da Estradinha comprometeu a qualidade técnica do confronto.

As duas equipes tiveram muita dificuldade para tocar a bola no campo pesado.

Empurrado por sete mil torcedores, o Leão tomou a iniciativa do ataque e pressionou bastante o adversário nos primeiros 13 minutos de jogo, principalmente em jogadas pelo lado esquerdo.

O Paraná se defendia bem, porém não conseguia encaixar contra-ataques para surpreender os donos da casa.

Os paranistas demoraram para incomodar os parnanguaras.

A primeira chegada só aconteceu aos 14 minutos, numa cobrança de falta de Maicosuel, da intermediária. A bola deu no peito do goleiro Vilson e quase entrou.

O Rio Branco respondeu aos 20. Ratinho bateu falta pela meia esquerda e Rodrigo desviou a bola de cabeça, que passou raspando o ângulo esquerdo de Flávio.

O Tricolor teve outra boa oportunidade aos 26 minutos, novamente de bola parada.

Émerson cobrou falta da intermediária e Vilson espalmou.

O jogo ficou equilibrado. O Leão já não chegava com tanto perigo, pois abusava dos lances individuais sem objetividade. Os jogadores tentavam driblar os adversários e as inúmeras poças d?água do gramado. O Paraná também tinha problemas: sem conseguir fazer a transição da defesa para o ataque com a bola dominada, o time apelava para o chutão na ligação direta.

O jogo continuou ruim no segundo tempo.

A diferença é que o Tricolor foi mais eficiente na hora de colocar a bola para dentro. Aos 24, depois de tabelar com Sandro na entrada da grande área, Maicosuel chutou para abrir o placar.

O Rio Branco reagiu imediatamente e empatou. Menos de dois minutos depois, Rodrigo sofreu pênalti de Neguete. Ratinho, com direito a paradinha, bateu no canto esquerdo, deslocando o goleiro Flávio.

O gol da vitória paranista foi marcado aos 36 minutos, novamente com Maicosuel. Ele cobrou falta pela meia esquerda, sem muita força, mas a bola morreu no canto esquerdo do goleiro Vilson, que falhou no lance.

Na base do desespero, o Leão foi para cima do Tricolor. O árbitro Cleivaldo Bernardo deu cinco minutos de acréscimo. Aos 46, Dudu acertou a trave esquerda de Flávio. Aos 50, o mesmo Dudu cobrou falta frontal e o goleiro paranista espalmou.

Nem a chuva atrapalhou a festa das arquibancadas em Paranaguá

Iraptan Costa

A garoa fina e intermitente dava ao jogo um ar típico de Curitiba. Nada que atrapalhasse a empolgação dos quase oito mil torcedores que lotaram a Estradinha. Ao som do hino do Rio Branco, que ecoava incessantemente no sistema de som do estádio, os 700 paranistas respondiam à altura, dando todo o tempero a um dos jogos mais emocionantes do Paranaense-2006. O gramado pesado impediu um jogo mais técnico e exigiu ainda mais dos atletas, que retribuiram o grito da galera com muita garra e aplicação.

A cidade de Paranaguá se vestiu de branco e vermelho para empurrar o Leão da Estradinha à uma inédita final de campeonato. Desde o início da tarde, longas filas se formavam ao redor do estádio. Os paranistas também mostraram sua cara, aproveitaram o jogo para saborear frutos do mar em restaurantes tradicionais. Quando as caravanas das torcidas organizadas do Tricolor chegaram, foi a vez da Polícia Militar entrar em cena e estabelecer ordem no acesso ao estádio. A paz prevaleceu, apesar das costumeiras provocações. Pelo menos até o intervalo do jogo.

Quando objetos foram arremessados contra os paranistas, houve revide. Um policial tentou intervir, mas acabou agredido e o clima esquentou. Depois de alguns minutos de tensão, ninguém foi detido e tudo terminou em pizza. Na arquibancada oposta, porém, a torcida não gostou do relato do incidente feito pelo narrador Moura Júnior, da Rádio Transamérica. Resultado: chuva de objetos e rádios contra as cabines de imprensa. Mas, a exemplo do que ocorrera entre as organizadas, os ânimos serenaram com o início do segundo tempo. A torcida local passou a homenagear o árbitro Antônio Denival de Moraes, pedindo um pênalti sobre Ratinho. Só que o protesto foi silenciado com o golaço de Maicosuel.

A torcida paranista ainda festejava efusivamente quando Neguete cometeu penalidade máxima em Rodrigo e Ratinho, com paradinha e tudo, fez a galera parnanguara explodir. O toma-lá-dá-cá dentro de campo ecoava nas arquibancadas e mesmo após o segundo gol tricolor, a torcida do Leão não esmoreceu. Viu Dudu carimbar a trave e a pressão ser contida por Flávio e a eficaz zaga paranista. No final, aplaudiram a garra das duas equipes, demostrando que ainda confiam na classificação do Rio Branco. A tarde só não foi de paz total, porque, na saída dos torcedores, houve confronto a duas quadras do Nelson Medrado Dias.

Mesmo com corre-corre, os PM?s locais disseram que tudo foi contornado sem vítimas. Os torcedores do Rio Branco só saíram lamentando, além da derrota, o fato de terem ficado impedidos de transitar pela avenida principal numa ação estratégica da polícia, que por este caminho deu escoamento à galera tricolor, que foi escoltada até a BR-277, no caminho de volta para a capital. Num resumo prático, o jogo de risco foi realmente quente, mas sem incidentes extra-campo. Uma vitória do futebol.

CAMPEONATO PARANAENSE
SEMIFINAL – JOGO DE IDA
Local: Nelson Medrado Dias (Paranaguá)
Horário: 15h40.
Árbitro: Antônio Denival de Moraes.
Assistentes: Rogério Carlos Rolim e Julio Cesar de Souza.

RIO BRANCO 1×2 PARANÁ

Rio Branco
Vilson; Baiano, Amaral, Rodrigo e Cleomir: Márcio, Doriva, Fábio Garcia e Ratinho; Clênio e Negreiros. Técnico: Itamar Bernardes.

Paraná
Flávio; Gustavo, Émerson e Neguete; Goiano, Rafael Muçamba, Serginho, Maicosuel, Sandro e Edinho; Leonardo. Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

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