Foi quase tudo perfeito na última partida do Coritiba em Maringá. O time venceu o Rio Branco, reabilitou moralmente alguns jogadores (Nunes, Luís Carlos), comprovou a recuperação técnica de outros (Reginaldo Vital, Flávio) e ratificou a primeira posição no grupo A do Campeonato Paranaense. Mas faltaram os gols que deixariam a equipe com a melhor campanha da competição. Por isso, mesmo com no mínimo quatro desfalques, o técnico Antônio Lopes exige vitória alviverde no clássico de amanhã, contra o Paraná, às 21h45, no Willie Davids, para ter as vantagens na fase seguinte.
Lopes sabia que o time escalado para enfrentar o Leão teria problemas. ?Era uma equipe que não tinha muito entrosamento, porque não tinha jogado junto ainda. E isso naturalmente atrapalha, ainda mais em um jogo complicado como foi. Não podemos jogar todas as partidas como imaginamos?, reconhece o Delegado, que, no entanto, valorizou atuações individuais e a entrega do grupo. ?O Jackson fez uma boa partida, assim como Vital e o Batatinha, mesmo marcado, também jogou bem. Mas o mais importante é que todos viram que necessitávamos da vitória?, comenta.
E, contra o Tricolor, não basta – em tese – somente a vitória. O Coritiba precisa, caso o Atlético vença o Nacional de Rolândia, fazer um resultado com três gols a mais de vantagem. Exemplo: se o Furacão fizer 1×0, o Coxa precisa de 4×0 ou resultados similares. Empates de ambos fazem com que o Atlético fique na frente e tenha vantagens nas próximas fases do Paranaense, e um empate rubro-negro deixaria o Cori a uma vitória simples do ?título? da primeira fase. E se os dois times perderem, pode acontecer uma surpresa: o Iraty, vencendo o Londrina por qualquer placar, passa a ter a melhor campanha.
Isso porque o saldo de gols do Coritiba é pior que das duas equipes do grupo B – 13 para o Coxa, 14 para o Iraty e 15 para o Atlético. E este é o segundo critério de desempate no Paranaense, sendo o primeiro o número de vitórias. Por mais que haja a possibilidade de ter a melhor campanha, os jogadores do Cori não falam em golear, e sim em vencer o rival. ?Nosso interesse é derrotar o Paraná e depois ver o que vai acontecer?, afirma o goleiro Fernando. ?Nosso objetivo é conquistar os três pontos para confirmar nossa boa campanha?, resume Antônio Lopes.
Nunes e Luís Carlos se reabilitam
A vitória do Coritiba sobre o Rio Branco por 3×1 domingo, no Willie Davids, pode ter fechado o ciclo mais complicado das carreiras dos atacantes Nunes e Luís Carlos. Os protagonistas do grande caso de indisciplina do futebol paranaense na temporada começaram a se redimir da maneira mais simples e mais importante – jogando bem e marcando gols. Apesar de não terem luzido tanto quando talvez necessitassem, eles foram peças importantes da equipe contra o Leão, e deixam de ser lembrados apenas pelo acionamento de extintores na concentração coxa em Maringá.
Luís, que começou jogando, marcou o primeiro gol da vitória alviverde (que confirmou a primeira posição do grupo A) e deu o passe para o segundo, o primeiro feito por Nunes com a camisa do Cori. Por isso, ele era o mais animado com a atuação. ?Eu acho que a torcida espera da gente exatamente isso. Ainda mais para um centroavante, que vive de gols e é cobrado quando isto não acontece. Eu estava mais dando passes e ajudando meus companheiros, mas contra o Rio Branco eu pude marcar um gol que foi muito importante para a equipe?, comenta o jogador.
Ele reconquistou espaço também dentro dos planos do técnico Antônio Lopes. ?O Luís esteve bem, marcou presença na área e fez bons lances. Isto é importante?, comenta o Delegado, feliz pela recuperação dele e de Nunes. ?Os dois foram bem, assim como o Marcelo, que jogou pouco tempo, mas também me agradou. O Nunes entrou antes na partida, fez um gol e melhorou a movimentação no ataque?, completa o treinador coxa.
Nunes finalmente pôde falar sobre algo que não fosse o ato de indisciplina. ?Aquela foi só uma brincadeira, que talvez tenha passado dos limites. Mas estou feliz por ter marcado, mostrado um pouco do meu futebol e ajudado o Coritiba?, confessa o atacante, que vinha se destacando nos treinos e no domingo atuou por mais de trinta minutos ao lado de seu companheiro ?bombeiro?. ?O Luís é um grande jogador. Tanto que ele deu o passe para o meu gol?, lembra.
Eles querem mostrar agora que podem ficar no Coxa – muito se especula na reformulação do ataque alviverde para o campeonato brasileiro. ?Sei que há gente falando que eu vou ser dispensado, mas estou trabalhando para permanecer aqui?, resume Luís Carlos. ?Quero provar ainda o porquê da minha contratação, e colaborar para que o time conquiste o título estadual?, finaliza Nunes.
Nomes
Depois da citação de quatro possíveis reforços – Marcel, Luís Mário, Finazzi e o argentino Frontini, além da recorrente possibilidade da contratação de Renaldo -, a diretoria do Coritiba anunciou oficialmente, no domingo, que não comenta contratações até o final do campeonato estadual, e que não estaria interessado nos nomes citados. ?Não adianta ficarmos falando, não podemos inscrever jogadores para o paranaense?, explica o vice-presidente André Ribeiro. Entretanto, o presidente Giovani Gionédis confirmou que o clube está buscando um reforço de renome.
Lopes promete escalar titulares
Se para a partida contra o Rio Branco o técnico Antônio Lopes escondeu o jogo e não quis dizer nem que o time seria mesclado entre titulares e reservas, imagine agora para um clássico – que está a quatro dias do início da fase decisiva do campeonato paranaense. O Delegado vai guardar a definição do time para momentos antes do clássico do Willie Davids.
O que se sabe é que Lopes não poderá contar com quatro jogadores suspensos – Miranda (que sofreu para ?cavar? seu terceiro cartão amarelo), Flávio, Ricardinho e Reginaldo Vital. Além deles, o treinador alviverde vai esperar a recuperação total de Márcio Egídio, que deixou o jogo de domingo com dores musculares, mas que ontem já estava melhor. ?Ele estava reclamando, então resolvemos tirá-lo para evitar qualquer problema?, confirma o técnico.
Para completar, fica a dúvida sobre a utilização de todos os titulares poupados no domingo: Rafinha, Reginaldo Nascimento, Rubens Júnior, Luís Carlos Capixaba, Marquinhos e Marciano. Se depender de Lopes, todo mundo joga. Mas alguns certamente jogarão, como Nascimento e Rubens Júnior, pois três defensores estão fora. Rafinha pode voltar, mas como James não conseguiu levar o terceiro amarelo, pode ser mantido.
No meio, pode haver um revezamento. Marquinhos e Luís Carlos Capixaba poderiam jogar ao lado de Jackson, com Rodrigo Batatinha ficando de fora. Outra possibilidade é a utilização de apenas um deles (talvez Capixaba), com o outro ganhando mais descanso. Além dos titulares, Pepo pode entrar na equipe, caso Egídio seja vetado pelos médicos.
Marciano é mais um que pode ficar de fora. O atacante, que foi um dos mais afetados pela seqüência de jogos, seria guardado para a partida das quartas-de-final, com Luís Carlos e Nunes atuando. Para Lopes, era inevitável a ?administração? do grupo. ?Nós estávamos preocupados com o cansaço do grupo, por causa das viagens e da dificuldade das partidas?, explica.
Coxa joga a 2.ª fase no Pinheirão
A diretoria do Coritiba anunciou que o Pinheirão será a casa alviverde para as quartas-de-final. Garantido com o primeiro lugar, o Coxa tem o mando do jogo único, e acertou com a Federação Paranaense a realização da partida, previamente marcada para domingo, às 19h (horário acertado para a transmissão pela TV Educativa).
Segundo o presidente Giovani Gionédis, a definição passou pelas pretensões do Paraná Clube na competição. Como o Tricolor, que ainda tem chances, não mandaria o jogo das quartas-de-final (pois só se classifica na quarta posição do grupo A), foi possível a marcação do jogo no Pinheirão.
Por causa da possível presença paranista, não foi acertada a marcação para o Pinheirão dos jogos do Cori nas fases seguintes. ?Nós pensamos na possibilidade de o Paraná se classificar, e vamos esperar a seqüência do campeonato para decidir isto?, contou o dirigente, em entrevista à rádio CBN.