Leão impõe linha dura. Já Oswaldo evita o “oba-oba”

Está começando um novo campeonato para o Santos. O técnico Emerson Leão levou os jogadores para Extrema, em Minas Gerais, e o time só volta à cidade no fim da semana, já preparado para o clássico contra o São Paulo, domingo, na Vila Belmiro, pelas quartas-de-final do Brasileirão. “Nós participamos de muitas batalhas e precisamos recompor esse grupo com o trabalho do departamento médico, de muita conversa e de uma reaproximação dos jogadores”, explicou o treinador, que proibiu o uso de celulares pelos atletas e não permitirá que recebam ligações telefônicas dos jornalistas no hotel da cidade mineira.

Para Leão, essas medidas servem “para voltar àquilo que fomos, a ter aquela dinâmica incrível dentro de campo, de marcação e de ousadia”. Afinal, o treinador atribui a queda de produção de seu time na reta final do campeonato à perda dessas duas características marcantes no início da competição. “O Santos caiu, mas mereceu, pelo que fez, ficar entre os oito. O grupo tem de voltar a ser ousado, a ser marcador e a não ter medo”, avaliou.

Respeito

Leão demonstra sinceridade quando fala no adversário, apontado por ele ao longo da competição como a melhor equipe do Brasileiro. “Quem apresenta o melhor futebol, está credenciado como favorito”, disse ele, tirando um pouco da ansiedade de seus jogadores para a partida. “Dei parabéns ao Oswaldo (de Oliveira, técnico do São Paulo) por ter um time tão grande e ninguém aqui chamou alguém de ‘bambi’, nem disse que eles têm um zoológico muito grande. Nós não temos nada a ver com isso, temos que jogar futebol e respeitar os adversários”, revelou o treinador, numa referência às provocações que o corintiano Vampeta fez aos são-paulinos.

Preocupado

O reconhecimento de torcedores e imprensa pelo bom futebol do São Paulo deixa Oswaldo de Oliveira satisfeito. Mas a badalação em cima dos jogadores – que começa a aumentar na reta final do Brasileiro – está tirando o treinador do sério. Ele demonstra preocupação com o número de pessoas que andam circulando em áreas restritas do Centro de Treinamento e avisou que vai tomar providências caso a movimentação passe dos limites, como fechar as portas do clube. “Minha preocupação é com o pessoal que transita aqui dentro, não com a torcida”, esclareceu.

Ontem, o técnico são-paulino não fez nenhuma questão de ser bom anfitrião. O piloto de F-1 Antonio Pizzonia compareceu ao CT para assistir ao treino do São Paulo, a convite de uma emissora de televisão. Ganhou uma camisa e diversos autógrafos – de Ricardinho, Kaká, Júlio Baptista, entre outros. Mas não conversou com Oswaldo. O gerente de Futebol do clube, Marco Aurélio Cunha, perguntou ao treinador do time se ele não iria autografar a camisa de Pizzonia. Oswaldo foi categórico. “Não, não vou”, disse, enquanto dava entrevista à imprensa escrita.

Por enquanto, Oswaldo tolera o assédio aos atletas, mas sua paciência está chegando ao limite. “Se eu notar que (a presença de personalidades) está extrapolando, vamos fechar as portas”, avisou. Seu temor é que os jogadores percam a concentração na etapa mais importante da competição.

Baixa

No treino de ontem, o lateral-direito Gabriel sofreu uma torção no tornozelo esquerdo e pode desfalcar a equipe na partida de domingo, contra o Santos. Caso não jogue, Rafael entra na posição. O volante Maldonado está se recuperando de contusão, mas ainda não tem presença garantida.

Os dirigentes do São Paulo pediram aos santistas que liberassem 5 mil ingressos para a torcida tricolor, mas receberam um “não” como resposta. Irritados, vão liberar apenas 10 mil entradas, ou 15% da carga total, para o Santos no jogo de volta, no Morumbi.

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