Jefferson pára o Tricolor

O botafoguense não deveria acreditar no que estava vendo. Em dez minutos, parecia que o espírito daqueles gloriosos anos 50 e 60 estava encarnando nos jogadores alvinegros.

Luizão tinha momentos de Amarildo, estava possesso. Camacho acertava passes como Didi, e o Botafogo abriu logo o placar contra o Paraná, com Luizão, aos dois minutos. Mas a realidade baixou, e aos 10 Fernando empatou – e ali formou-se o placar da partida de ontem, no Pinheirão. E só ficou no 1×1 porque havia uma muralha na meta carioca.

Jefferson, apenas 21 anos, parecia ungido pelas qualidades de todos os grandes goleiros da história do Fogão. Principalmente pelo espetacular Manga, que marcou o futebol brasileiro pelos acessos de loucura e pelas incríveis defesas. E o camisa 1 alvinegro fez pelo menos seis intervenções fundamentais, que fizeram valer o ingresso para os pouco mais de dois mil torcedores que encararam a fria tarde de sábado.

Claro que a imensa maioria deles, torcedores do Paraná, não gostaram do que viram. Afinal, o Paraná não esteve bem, falhou muito nas finalizações e acabou vaiado. “Nós perdemos um sem-número de oportunidades, e temos que ser cobrados por isso”, admitiu Fernando Lombardi, que ouvia os gritos de “queremos jogador” dos paranistas. “Com o time que nós temos, estamos fazendo um grande trabalho”, respondeu o técnico Paulo Campos.

Além disso, o gramado do Pinheirão estava em péssimas condições, dificultando o trabalho dos dois times. Só que não se pode esconder a imensa fragilidade do Botafogo, que teve apenas em Luizão um jogador a corresponder nos noventa minutos. O Paraná teve muito respeito pelo adversário, que ainda não venceu no brasileiro, e colecionou a terceira partida seguida sem vitória.

E ainda houve Jefferson. Aos 37 minutos do segundo tempo, ele fez três defesas históricas, e salvou o time de uma derrota. Não era para o Paraná ganhar ontem.

CAMPEONATO BRASILEIRO

PARANÁ CLUBE 1×1 BOTAFOGO

Paraná:

Flávio; Cláudio, Gélson Baresi, Fernando Lombardi e Edinho; João Vítor (Da Silva), Axel, Beto, Marcel (Adriano) e Fernando; Galvão. Técnico: Paulo Campos

Botafogo: Jefferson; Ruy, João Carlos (Gilmar), Gustavo e Daniel; Fernando, Tiago Xavier, Carlos Alberto e Camacho (Valdo); Schwenck (Almir) e Luizão. Técnico: Mauro Galvão

Súmula
Local:
Pinheirão
Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP)
Assistentes: Válter José dos Reis (FIFA-SP) e Nílson de Souza Monção (SP)
Gols: Luizão 2 e Fernando 10 do 1.º
Cartões amarelos: Axel, Beto, Marcel (PR); João Carlos, Camacho, Daniel (BOTA)
Renda: R$ 27.697,50
Público: 2.585 (2.219 pagantes)

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