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Jean é a quarta aposta do São Paulo em busca de uma referência no gol pós-Ceni

A novela da busca por um nome incontestável no gol do São Paulo ganhou um novo capítulo. Apresentado, Jean vestiu a camisa 1, vai disputar o posto de titular com Sidão e já avisou que não quer comparações. Mas sabe que é impossível ignorar a sombra de Rogério Ceni, que se aposentou em 2015, pois vê a torcida do São Paulo até hoje órfã de uma referência embaixo das traves.

“A torcida ainda não tem uma nova referência de goleiro como o Rogério era”, reconhece o novo goleiro da equipe. “E vai demorar um pouco. Não é um ano ou dois para tirar o peso da história dele. Os goleiros têm de trabalhar bastante, fazer sua própria história sem se comparar a ninguém.”

O “peso” a que Jean se refere fica evidente nos números: Ceni se aposentou depois de 25 anos jogando no São Paulo. Foram 1.237 jogos, em que venceu 648, empatou 275 e perdeu 314, obtendo um aproveitamento de 59,8%. Ninguém depois dele conseguiu essa porcentagem até agora, mesmo em pouco tempo.

Sidão, atual titular, é quem mais se aproxima: fez 27 jogos em 2017 e terminou o ano em alta, com 56,8% de aproveitamento, com 12 vitórias, 10 empates e 5 derrotas. Denis, primeiro substituto de Ceni, e Renan Ribeiro, que atuou principalmente em 2017, não chegaram a 50%.

Dênis (45,7%) somou 78 jogos pelo São Paulo, venceu 28 vezes, empatou 23 e perdeu 27. Renan (45,4%) jogou 33 vezes, com 12 vitórias, nove empates e 12 derrotas. Além deles, Léo, reserva de Ceni e Denis, jogou uma única vez, nos 15 minutos finais da última partida do Brasileirão de 2016, em que o São Paulo goleou o Santa Cruz no Pacaembu por 5 a 0.

O desempenho também não ajuda. As duas temporadas após a aposentadoria de Ceni como jogador foram caóticas para o São Paulo. O “fundo do poço” foi em 2017, como descreveu Hernanes na época em que o time enfim se livrava do risco de rebaixamento em seu pior ano no Brasileirão. A má fase também foi um fator que interferiu na ausência de identificação da torcida com algum de seus goleiros que sucederam Ceni, que conquistou Mundial de Clubes, Libertadores, Sul-Americana, três Brasileiros, três Estaduais e outras dezenas de títulos no clube.

Otimista de que o São Paulo pode se reerguer, Jean diz que chega para somar à equipe, e se põe à disposição para uma disputa saudável pelo posto de titular com Sidão. “Não tem briga, mas se tiver, vai ser saudável. Sidão terminou o ano muito bem, com grandes atuações. A gente treina, o jogador é escalado no treino e a gente vem treinando, a decisão é do Dorival e eu chego para somar dentro ou fora de campo.”

Jean, que não esconde sua idolatria por Ceni, diz que quer construir sua própria história, e faz questão de explicar o vídeo de 2015 em que aparece comemorando um gol de falando dizendo ser “o novo Rogério”. “A gente estava com o Bahia no CT do Palmeiras treinando para um jogo pela Série B, eu fiz o gol e brinquei. Toda criança já brincou que era seu ídolo, não quis me comparar. Ele é uma referência para mim. Ele tem uma grande e linda história aqui, e eu venho construir a minha.”

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