Inter defende parceria para modernizar Beira-Rio

A diretoria do Internacional defendeu uma parceria com a Construtora Andrade Gutierrez para a reforma do Estádio Beira-Rio, em entrevista coletiva nesta quinta-feira. Embora o presidente Giovanni Luigi assuma a condição de magistrado, prometendo executar aquilo que o Conselho Deliberativo decidir na reunião do dia 14, seus vice-presidentes falam abertamente nas vantagens que veem em entregar o projeto para uma empresa, sem correr riscos financeiros e nem enfraquecer a atividade-fim, o futebol.

“Se continuarmos no modelo das obras perderemos a Copa e venderemos jogadores para comprar material de construção”, afirmou o vice de futebol Roberto Siegmann em mensagem postada no Twitter que resume o pensamento da corrente que prefere a parceria. A justificativa é que, fechando o acordo logo, o clube passa a ter condições de oferecer as garantias financeiras exigidas pela Fifa para homologar o estádio como sede da Copa de 2014 e entregar o novo Beira-Rio no prazo previsto de dezembro de 2012.

A reforma do estádio colocou em lados diferentes integrantes do mesmo movimento interno do Internacional, como Luigi e o ex-presidente Vitório Piffero. Pelo modelo em execução, gestado na diretoria anterior, o clube vai bancar a obra, a um custo reavaliado de R$ 200 milhões, com recursos da venda do antigo estádio dos Eucaliptos e da venda antecipada de camarotes. Pelo modelo elaborado pela nova diretoria, o projeto é maior, de R$ 250 milhões, mas o custo passa para a construtora, que ficaria, em troca, com o direito a administrar alguns novos ativos, como um edifício-garagem e camarotes, por 20 anos.

Após receber análises técnicas encomendadas ao executivo-chefe Aod Cunha, Luigi passou a defender a parceria. “O clube não conseguiria arrecadar o suficiente para ter a verba necessária para finalizar as obras a tempo”, afirma, referindo-se ao modelo autossustentável. “Logicamente que o melhor seria se o clube tivesse dinheiro, mas não é o caso”.

O ex-presidente Piffero afirmou ao conselho, na quarta-feira, que pode buscar uma parceria que tome empréstimo no BNDES e ofereça à Fifa as garantias financeiras que a entidade quer para homologar o estádio como sede da Copa de 2014. Afirmou, ainda, que no modelo proposta pela nova diretoria, o clube perderia “um Nilmar a cada ano”, numa referência ao que deixaria de faturar com um edifício-garagem e camarotes que repassaria à construtora.

O impasse deve terminar no dia 14, com votação dos conselheiros, ou, se necessário prolongar o debate, no dia 15, em reunião extraordinária. Logo depois, ainda antes do fim do mês, o clube espera apresentar seu pacote definitivo à Fifa.

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