Boa parte das 26 mil pessoas ficou de pé nas arquibancadas, ontem, em Interlagos, enquanto Cacá Bueno deixava os boxes, depois do seu pit stop, na 14.ª volta de um total de 22. Chico, que parara uma volta antes, percorria a curva do Sol e Cacá, na pista interna, fazia o mesmo lado a lado com o campeão das três últimas temporadas. Em jogo, a luta pelo primeiro lugar. Mais e melhor: se Ingo Hoffmann não fosse sétimo na prova, o título do campeonato da Stock Car ficaria com um dos dois, caso vencessem neste domingo.
Chico passou pela saída de box alguns metros apenas na frente, suficientes para vencer a última etapa do ano por 490 milésimos de vantagem sobre Cacá e 2 segundos e 298 milésimos de Nonô Figueiredo, terceiro. Esse foi apenas um dos atos do emocionante espetáculo oferecido pela Stock Car, ontem, em São Paulo. Houve protesto contra Chico, cujo motor, segundo seus adversários, poderia estar fora do regulamento.
No fim, Ingo foi campeão, mas Chico e Cacá fizeram a sua parte na história: lutaram como leões para ganhar a corrida, única forma de anular a grande vantagem matemática de Ingo na classificação. Outro piloto, Beto Giorgi, tinha também possibilidade de ficar com o título, mas encerrou a corrida de Interlagos em 12.º, quando precisava também vencer.
A classificação final do campeonato ficou com Ingo em primeiro, 164 pontos, Serra em segundo, 162, Cacá em terceiro, 153, e Giorgi em quarto, 140. A Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) não divulgou quando irá tornar público o resultado da análise técnica do motor de Serra.
Na Stock Light, apesar de Matheus Greipel ter terminado a temporada em primeiro, com 122 pontos, com o segundo lugar de ontem, Luciano Zangirolami, vencedor ontem, pode ainda ficar com o título. Ele tem 119 pontos, mas terá julgado um recurso na justiça desportiva. Zangirolami defende-se da desclassificação em Londrina, por ter sido acusado de causar um acidente com Greipel.