Igor chegou e já estréia amanhã. Tuta aguarda

Dois dias bastam. Depois de ser apresentado ontem, o meia Igor, reforço do Coritiba para o campeonato paranaense e a Copa Libertadores, será a novidade do time para a partida de amanhã, às 16h, contra o Malutrom, no Couto Pereira.

Apesar de participar de apenas dois trabalhos (um deles acontece hoje), o jogador passa a ser a referência técnica do meio-campo alviverde.

A saída de Igor do Flamengo foi das mais atribuladas. Aproveitando uma brecha da legislação, o armador deixou o clube carioca (que detinha metade dos direitos federativos – a outra metade era do Rio Branco) por causa de atraso nos salários. “Foi complicado, mas fiz o que era melhor para mim e agora tenho o passe na mão”, comenta o jogador, que garante ter boas lembranças da Gávea, apesar das críticas do diretor-técnico Júnior (veja no Panorama). “Foi lá que eu me projetei, e por isso eu tenho que agradecer ao apoio de todos, principalmente do Abel e do Júnior”, diz.

Agora, Igor entra em um clube conturbado – principalmente depois da derrota de terça para o Sporting Cristal. As críticas ao meio-campo (principalmente a Eder) aumentam a responsabilidade do armador. “Eu não quero pensar nessas coisas. O importante é pensar que o Coritiba é um grande clube, e que precisa sempre estar vencendo”, afirma.

Mas a pressão existe, tanto que o meia terá que jogar amanhã. “Não sei se vou agüentar os noventa minutos, mas estou em forma e pronto para jogar contra o Malutrom”, afirma Igor, que vinha jogando pelo Flamengo – sua última partida foi contra o CRB, pela Copa do Brasil. “É um momento em que todos precisam ajudar, e a minha obrigação é entrar em campo”, comenta.

Para o técnico Antônio Lopes, Igor dá novo ?gás? ao meio-campo alviverde. “Ele é um jogador de força, de velocidade, que tem bom passe e arremata bem de média distância. Se preciso, ele faz um terceiro atacante”, explica o ?delegado?, que também confirmou a presença dele no jogo contra o Olimpia, na terça. “É bom, porque a Libertadores, para mim, é tudo. É muito importante jogar esta competição, e eu vou fazer tudo para auxiliar o Coritiba”, garante.

Matador

Além de Igor, chegou Tuta. O centroavante, consagrado no Atlético (foi campeão paranaense e artilheiro em 98), volta ao Brasil depois de dois anos na Coréia. Ele não está inscrito na Libertadores, e precisa de pelo menos vinte dias para entrar em forma. “Eu tive que tirar uma placa de metal do tornozelo, e por isso parei de treinar. Mas estou muito animado em defender o Coritiba”, diz.

Lopes vai mexer em meio time

Mudou tudo. O técnico Antônio Lopes, depois de ter seu trabalho amplamente contestado por imprensa e torcida, mexe no Coritiba para o jogo de amanhã contra o Malutrom. São cinco (ou seis) alterações, motivadas por questões técnicas ou lesões. Mudou também o espírito do trabalho, que aparentou ontem ser mais “light”. E também o respaldo da diretoria, que garante a tranqüilidade do “delegado”.

Essas discretas alterações são frutos das inúmeras conversas dos dirigentes com o treinador na volta de Lima. Lopes e o presidente Giovani Gionédis ficaram a sós no vôo entre São Paulo e Curitiba. A conversa durou o tempo da viagem (45 minutos), e só saiu do assunto Coritiba para se tentar saber o resultado do jogo do São Paulo, que jogava naquele momento.

O vice-presidente Domingos Moro é claro no discurso de defesa à comissão técnica. “A minha função é dar tranqüilidade para que os profissionais possam trabalhar. E é isso que vou fazer”, diz o dirigente, que sequer cita a possibilidade de contestação ao trabalho de Lopes. “Nós estamos no início de um trabalho, e não podemos fugir dele”, comenta.

Dentro do ambiente, Lopes está mais calmo. Conversou por mais tempo com os jornalistas (apesar de manter sua norma de só falar depois dos treinos) e diz que já sente melhora no estado anímico do elenco. “Eles estão mais animados. Falei com eles e, depois da reunião, senti que perceberam que o importante é colocarmos nossa força para os próximos jogos”, completa.

No time, o treinador perde Fernando com uma torção no joelho (ele será resguardado para a partida de terça contra o Olimpia) e ainda espera Reginaldo Nascimento, também com problemas no joelho. Douglas será o goleiro e Nivaldo está de sobreaviso caso o capitão fique de fora. Roberto Brum, que está suspenso na Libertadores, dá lugar a Pepo, e Esmerode sai para a entrada do volante Márcio Egídio, já que o Coxa volta a jogar no 4-4-2. Completando as mudanças, Jucemar volta à lateral-direita e Igor ocupa a vaga de Éder. Adriano volta à sua posição, na lateral-esquerda.

Os dois últimos “sacrificados” entram em um momento crucial no clube. Esmerode e Éder chegaram a Lima ainda como esperanças, mas agora passam para o lado dos jogadores fora dos planos próximos de Antônio Lopes. O meia-esquerda até treinou entre os reservas, mas o uruguaio ficou trabalhando em separado. “Nós temos que confessar que esperávamos muito de jogadores que não deram nada”, resume Domingos Moro.

“Crise” adia estréia de Tuta

“O problema foi a crise”. A explicação, que parece copiada de alguma matéria de economia, foi usada ontem pelo centroavante Tuta, reforço do Coritiba, que enfim foi apresentado. Segundo ele, as dificuldades financeiras impediram um acerto antecipado – e, com isso, a possibilidade de inscrevê-lo na Copa Libertadores.

Tuta está nos planos do Coritiba há um bom tempo. Na primeira vez que seu nome foi citado pelos dirigentes (início de 2002), a passagem dele no Atlético – foi campeão paranaense e artilheiro em 98 – foi usada com um empecilho para sua contratação. Este ano, depois de uma passagem na Coréia, o centroavante voltou a entrar nos planos do Coxa, mas a negociação demorou. “É complicado negociar com esse homem”, brinca o vice-presidente Domingos Moro.

Mas por que a demora? “O futebol brasileiro está em um momento complicado. Eu estava longe há dois anos, e não sabia como as coisas estavam por aqui”, comenta Tuta. A primeira leitura das declarações dele encaminham para dificuldades no acerto salarial, mas nem ele nem os dirigentes comentam o assunto.

Só que essa “crise” impediu Tuta de defender o Coxa na primeira fase da Libertadores. “Mas eu vou jogar a segunda fase, porque tenho certeza que o Coritiba vai passar”, diz ele, que não vê problemas na história de jogar em dois clubes rivais.

O centroavante vai precisar de tempo para entrar em forma. “Eu tive que tirar uma placa de metal do tornozelo, e por isso parei de treinar”, conta. O problema vem de 1998, quando fraturou o local jogando pelo Atlético. “Mas eu acho que não vai precisar de muito tempo. Em vinte dias eu estou pronto para jogar”, finaliza.

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