No início do ano, com a reformulação administrativa efetuada pelo presidente Aurival Correia, ele deixou de ser o diretor para subir um degrau na escala hierárquica do departamento de futebol.
Durval Lara Ribeiro assumiu a vice-presidência da área e hoje sofre com a reação dos torcedores e da crítica, diante da seqüência de maus resultados na Série B.
Os paranistas elegeram Vavá como o principal alvo de suas cobranças. Nomes de supostos substitutos começaram a surgir.
Mas o próprio presidente saiu em defesa de Ribeiro, assegurando que nunca passou por sua cabeça uma mudança no ?comando da bola?. Um apoio que faz Vavá prometer reforços e uma guinada na Segundona.
Paraná-Online: Como você encara esse movimento ?fora Vavá??
Vavá Ribeiro: Com tristeza. Por tudo que já fiz pelo clube, que a gente enfrenta, que a gente quer, acho uma injustiça. As pessoas não conhecem toda a verdade do clube. Mas sou transparente e quem tiver dúvidas pode vir perguntar.
Hoje fala-se do Grupo de Investimentos e isso é uma grande bobagem. O grupo me ajudou a montar um time em 2006. No ano passado o GI atuou pouco e hoje está praticamente extinto. O dinheiro só é usado para auxiliar na folha de pagamento.
Paraná-Online: Hoje poucos jogadores do clube estão vinculados ao GI?
Vavá: Em 2006, tínhamos dez jogadores. No ano passado, eram seis ou sete. Hoje são apenas três, remanescentes de anos anteriores. Como tivemos que auxiliar na folha de pagamentos, deixamos de adquirir atletas. É reflexo da queda para a Série B, pois ficamos sem cota de tevê. Por isso trouxemos atletas por empréstimo.
Paraná-Online: Como se sente tendo que administrar o departamento de futebol, agora como vice-presidente?
Vavá: Procurei amarrar contratos de uma forma que o clube não tivesse déficit futuro. Ficamos só com 18 atletas dos 46 que estiveram no clube em 2007. Foram muitas rescisões, com cuidado, pagar certinho, para o clube não ter ações trabalhistas pra frente. Isso me roubou muito tempo e admito que fiquei um pouco sozinho. Além disso, não vivo de futebol e tenho que cuidar da minha empresa.
Paraná-Online: Há quem questione o seu ?olho clínico?. Você errou em contratações?
Vavá: Todos cometem deslizes. Não há como negar que o trabalho no início da temporada não foi bom. O mercado do interior de São Paulo inflacionou e não tinha tanta qualidade neste ano. Mudamos a linha de trabalho, procurando no Brasil. E a nossa queda também atrapalhou nessa busca.
Paraná-Online: Como administrar esse momento ruim?
Vavá: Mudamos o comando técnico e acho que com isso nossa postura de jogar. Já vimos outra pegada na Bahia e temos que estar fechados, diretoria, comissão técnica e jogadores, pois apenas nós podemos reverter esse quadro.
Paraná-Online: Muito do que acontece no clube, hoje, fica na ?conta do Vavá?, como mudança de treinador e de diretoria e até escalação do time. Quem é Vavá no Paraná?
Vavá: Sou uma pessoa honesta, que trabalha pelo clube. Enfrentamos dificuldades e criamos inimigos sem perceber. Às vezes parece que no futebol não há espaço para pessoas sérias. E, quando se enfrenta essas situações, você é questionado e até criticado, muitas vezes por pessoas que só sabem criticar, sem muito fundamento naquilo que dizem.
Paraná-Online: Você já escalou algum jogador?
Vavá: Não. Acho que a diretoria tem o direito de conversar com os treinadores sobre uma situação ou outra. São todos funcionários. Tenho contatos com muitos dirigentes do futebol brasileiro e há um questionamento de que às vezes comissões técnicas parecem donas dos clubes. É uma questão administrativa.
Quem paga as contas é o clube e por isso você pode expor algum pensamento. Mas, a parte técnica fica com o treinador. Posso não aceitar determinado nome indicado para contratação ou até questionar sobre, por exemplo, uma substituição feita pelo treinador. Isso ocorre em todos os clubes, só que às vezes parece que é só no Paraná.
Paraná-Online: Passou por sua cabeça ?abandonar o barco??
Vavá: Nunca. A reação da torcida é normal. Já não gritaram ?Fora Petraglia?, ?Fora Eurico?? É algo absolutamente compreensível porque no futebol só vale uma coisa: resultado.