Uma audiência pública na Comissão Permanente de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, amanhã à tarde, em Brasília, vai discutir a dissolução da seleção permanente de Ginástica Rítmica e a falta de apoio por parte da Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin) com outras modalidades como aeróbica desportiva e ginástica de trampolim.
A seleção de GR de conjunto poderia ter desembarcado no Brasil com algumas medalhas obtidas na Copa do Mundo de Ginástica, realizada na Rússia. Mas o conjunto brasileiro não participou da competição por falta de recursos, pois a CBGin alegou, logo após a participação nas Olimpíadas 2004, onde obteve o honroso oitavo lugar, que a seleção não possui patrocínio, não tinha compromissos internacionais até o fim do ano e seria desfeita. O anúncio partiu da presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Vicélia Fiorenzano.
A técnica Bárbara Laffranchi, participa da audiência com um objetivo: exigir justiça para a equipe que comanda. Segundo ela, Vicélia privilegiou a ginástica artística e a equipe individual de GR. Bárbara conta que o conjunto brasileiro – há 12 anos com sede na Unopar, em Londrina – recebeu a notícia da pior forma possível, quatro dias antes do embarque do grupo para competições na Europa (Rússia, Alemanha e Bulgária) e Olimpíadas Atenas, dia 4 de agosto.
"Com tudo pronto, depois de meses de preparação, ela (Vicélia) nos comunicou, em uma reunião em Juiz de Fora (MG), que a seleção ia acabar. Disse ainda que só a Daiane dos Santos (da equipe de ginástica artística) tinha chance de conquistar medalha. Como eu ia explicar isso para as meninas, que têm 15, 16 anos?".
A equipe embarcou para a Europa, onde disputou competições na França, Alemanha e Rússia antes de ir para a Grécia. Em Atenas, Bárbara reuniu as ginastas Dayane Camillo, Ana Maria Maciel, Fernanda Cavalieri, Jennifer Oliveira, Tayane Mantovaneli e Larissa Barata, e pediu que mantivessem a concentração. "Falei a elas: vocês passaram por tudo isso e não vão desistir agora. Vamos mostrar o que vocês treinaram", conta a técnica.
Da audiência na Câmara dos Deputados participam também a técnica Georgete Vidor – do Flamengo, que treinava Daniele Hypolito antes dela se transferir, por imposição da Confederação, para Curitiba; o técnico de ginástica de trampolim, Sérgio Bastos; a ex-ginasta Luísa Parente; e a presidente da Federação Paulista de Ginástica, Clarice Morales.
"Estão todos indignados com o descaso por parte da Confederação. Pretendo cobrar esclarecimentos e providências por parte da entidade. Quem perde é o esporte, e nós de Londrina, que sempre apoiamos a GR", completou Bárbara.
Vicélia, que ontem não quis comentar o teor das acusações, confirmou presença à audiência.