Goleada na estréia de Juninho

São Paulo – O discurso otimista e atrevido do técnico Juninho Fonseca deu resultado logo de cara. O Corinthians mostrou ontem personalidade, vontade de vencer e não teve dificuldades para passar pela Ponte Preta no Pacaembu, ganhando por fáceis 3 a 0. O resultado deixou a equipe com 52 pontos, enquanto os ponte-pretanos permaneceram com 43.

Diferente da maioria dos técnicos, que quando chegam ao clube, em seu primeiro jogo, por diplomacia, preferem manter a equipe de seu antecessor, Juninho Fonseca alterou o Corinthians em sua estréia. Em relação ao time de Júnior, foram quatro mudanças. Na lateral esquerda, Vinícius herdou a vaga de Moreno, Rogério voltou no meio, Jamelli virou armador na vaga de Robert e Jô, o centroavante – Abuda estava suspenso. Também mexeu no posicionamento de alguns atletas, como o volante Fabinho.

Mostrou competência e, ao mesmo tempo sorte. Sorte não só pelo bom futebol apresentado, mas também por ter enfrentado um adversário medíocre. Sem receber salários há seis meses, os jogadores da Ponte Preta não se importaram, ou demonstraram não se importar, com a partida. Desinteressados, limitaram-se a tentar anular os atacantes corintianos. No primeiro tempo, o goleiro corintiano Rubinho foi mero espectador. Assistia a equipe dominar e envolver completamente o rival. Criar e desperdiçar inúmeras chances de gol, fato raro para o Corinthians nos últimos jogos, nos quais vinha trazendo o rótulo de “saco de pancadas.” Jamelli, por duas vezes, Gil, Anderson e Fabrício tiveram boas chances.

O novo treinador conseguiu fazer o Corinthians jogar bola. Há muito tempo o corintiano não via Gil criar boas jogadas e dar seus dribles desconcertantes. Fabinho era um mero destruidor, só distribuindo pancadas e Jamelli só mais um em campo. Neste domingo, foi diferente. Eles correram, realizaram boas jogadas. Com tamanha disposição, não demorou para surgir o primeiro gol. Aos 31 minutos, Gil encontrou Fabinho livre, na direita. O volante bateu cruzado e venceu o goleiro Lauro. Seis minutos depois, Marquinhos, de cabeça, ampliou.

No segundo tempo, a Ponte Preta até chegou ao gol de Rubinho. Mas esbarrou no goleiro ou na trave. E seus jogadores ainda viram Gil ser premiado. Após belo contra-ataque, Renato cruzou para o atacante, de cabeça, definir. A torcida uniformizada preferiu protestar pelos “meses de humilhação.” Seus integrantes usaram narizes de palhaços e exibiam faixas.

Agora vai?

Após duas surras diante de São Caetano e São Paulo, ambas por 3 a 0, onde a apatia e falta de motivação eram evidentes, o que se viu no Pacaembu foi um Corinthians atuando como rolo compressor. Porém, dizer que a equipe resgatou prestígio com a vitória seria precipitado. O respeito, sim. Os jogadores são os mesmos, mas a forma de atuar, bastante diferente. O filme, contudo, é velho. Contra o Atlético, no Mineirão, na abertura do returno, a equipe paulista jogou muito bem e venceu por 3 a 2. Depois… Na quarta-feira, o desafio é o Fluminense, no Maracanã. Juninho terá outra chance de mostrar seu trabalho.

Corinthians 3×0

Ponte Preta

Corinthians: Rubinho; Coelho, Anderson, Marquinhos e Vinícius; Fabinho, Fabrício (Pingo), Rogério (Renato) e Jamelli; Jô (Robert) e Gil. Técnico: Juninho Fonseca.

Ponte Preta: Lauro; Gerson, Rodrigo e Luís Carlos; Marquinhos (Vaguinho), Roberto, Piá, Nenê (Luizinho Vieira) e Ronildo; Jean (Adrianinho) e Gigena. Técnico: Abel Braga.

Gols: Fabinho aos 31 e Marquinhos aos 37 minutos do primeiro tempo. Gil aos 31 do segundo.

Renda: R$ 52.456,00. Público: 5.286 pagantes.

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